Forças russas derrubaram um drone ucraniano que sobrevoava uma cidade do país neste domingo, segundo alegou o Ministério da Defesa da Rússia. Ao todo, o episódio deixou três pessoas feridas e prédios de apartamentos foram danificados no combate. Não é a primeira acusação do tipo que o governo de Putin faz sobre as aeronaves não tripuladas do adversário, já tendo denunciado outros ataques de drones ucranianos em cidades há dezenas de quilômetros da fronteira. As acusações são indicativo da importância crescente que esse tipo de armamento tem no conflito.
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Dois dos mais simbólicos destes ataques ocorreram em dezembro do ano passado, quando três pessoas morram e quatro ficaram feridas quando explosões atingiram dois aeródromos militares russos. A Rússia acusou a Ucrânia de ser responsável pelos ataques, ocorridos a centenas de quilômetros da fronteira. Desde então, o número de relatos de episódios como esses vindos do lado russo aumentou.
Desde o início do conflito em fevereiro de 2022, dezenas de drones de ataque e reconhecimento sobrevoam a zona conflagrada todos os dias:
— No passado, para localização inimigas, era necessário enviar unidades de forças especiais e certamente soldados seriam mortos nesse processo. Agora, tudo o que se arrisca é um drone. —, comentou Jack Watling do centro de estudos Royal United Services Institute (Rusi) a BBC.
Entre eles, estão os Switchblade, fornecidos pelos americanos aos ucranianos e que custam apenas R$ 31 mil. Conhecidos também como drones kamikazes ou "espingardas voadoras", eles são capazes de pairar sobre um tanque inimigo, por exemplo, ao longo de 40 minutos, antes de serem "liberados".
Nesse momento, são direcionados para o respectivo alvo e caem sobre ele como um míssil, com uma velocidade de até 414 km/h.
Vídeo de fabricante mostra como funciona o drone kamikaze usado pela Ucrânia
Pequenos, com apenas 50 centímetros de comprimento, os drones Switchblade se camuflam melhor, mas tem um alcance limitado. Um defeito que os maiores e mais barulhentos drones iranianos Shahed-136, usados pela Rússia, não tem.
Com mais de três metros de comprimento, essas aeronaves são equipadas com explosivos e sensores óticos. Apesar de menos discretos, tem um potencial destrutivo maior que os Switchblade. Um único disparo seu pode destruir um edifício, apontou o Washington Post.
Descartáveis, ele também ficaram conhecidos como 'drones kamikaze' da Rússia. Os Shaded-136 são relativamente baratos, com um modelo custando cerca de R$ 105 mil, segundo a BBC.
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Outro armamento a disposição dos ucranianos o drone Bayraktar TB2, de fabricação turca, tem o tamanho de um avião pequeno, equipado com mísseis guiados a laser. Segundo o jornal americano Washington Post, a importância do armamento para o arsenal ucraniano é sua utilização tanto para ataques quanto vigilância.
Diferentemente dos Switchblade ou dos Shahed-136, essas aeronaves turcas não são nada descartáveis. Uma unica unidade de Bayraktar TB2 custa R$ 10,5 milhões.
Os russos tem ainda o Orlan-10, desenvolvido pelas Forças Especiais da Rússia. Pequenos assim como os Switchblade, eles podem carregar pequenas bombas.
Há ainda drones comerciais como o Matrice 300, usado pela Ucrânia, e o Mavic 3, utilizado por ambos os países. Mais baratos, esses equipamentos são usados principalmente para fins de vigilância pelas forças envolvidas no conflito, ainda que possam ser equipados com bombas.