Vinícola do século III é descoberta em Roma e revela ‘grau de luxo raramente visto’; fotos

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Todos os anos, a alta sociedade se reunia para ver a produção de vinho em um local construído para este fim. O espaço, que possuía áreas revestidas de mármore e fontes de vinho que jorravam, foi encontrado em escavações realizadas entre 1998 e 2018. Na ocasião, profissionais descobriram uma vinícola classificada como “única e bem preservada” na Villa dos Quintílios, em Roma, na Itália.

Em estudo publicado nesta segunda-feira pela Cambridge University Press, a instalação foi definida como “altamente incomum” porque exibe “um grau de luxo raramente visto em espaços de produção antigos”. Este é, segundo os pesquisadores, apenas o segundo exemplo conhecido no mundo grego-romano de um local construído especificamente para o teatro da vinificação.

O complexo foi feito, segundo a pesquisa, por volta do ano 240 d.C para permitir que a elite do mundo romano — possivelmente incluindo imperadores — visse o processo de produção tradicional. Especialista em mercados antigos de vinho e azeite, o acadêmico Emlyn Dodd foi um dos autores do estudo que detalhou o “ritual” que ocorria no espaço.

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— O vinho era uma enorme fonte de riqueza para a elite romana. Eles possuíam vastas extensões de terra dedicadas à vinificação e vendiam por todo o Mediterrâneo — disse o pesquisador à NBC News. — Ao mesmo tempo, o vinho costumava permear toda a cultura e sociedade, sendo usado na religião, medicina, vida cotidiana. Era a principal bebida quando a água não era segura para beber.

Segundo estudiosos, o achado representa uma minicidade de 240 mil metros quadrados que provavelmente foi construída pelos irmãos Quintili. Eles serviam como cônsules de Roma no ano 151 d.C, mas foram mortos pelo imperador Cômodo por volta de 181 d.C.

No entanto, foi a partir de 238 d.C, com o imperador Gordiano III, que o espaço foi expandido. Na época, ele tinha apenas 13 anos — e até hoje ainda não é possível dizer se ele esteve no local, uma vez que seu período na ativa durou somente seis anos.

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Embora esta informação seja imprecisa, Dodd ressaltou que o nível de decoração e conforto encontrados eram “compatíveis ao tipo de lugar em que o imperador teria vivido e ficado”. Para o especialista, o achado não era apenas uma vila rústica ou uma fazenda regular, e quem passou pela região provavelmente viu homens pisando em uvas com os pés descalços.

Após serem esmagadas, o material extraído das uvas era encaminhado para duas prensas mecânicas antes que o líquido pudesse fluir para os nichos. O resultado era uma fonte que corria em uma fachada feita de tiras de mármore branco, cinza e vermelho.