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Por O Globo — Colômbia

Três décadas após a morte do narcotraficante Pablo Escobar (1949-1993), os colombianos ainda precisam lidar com uma das heranças deixadas por ele: a população invasora de hipopótamos. Perigo para a fauna local, eles viraram atração turística – mas, segundo dados divulgados pela revista científica Nature neste mês, a quantidade destes animais na região é motivo de preocupação.

Há alguns anos, uma projeção feita por pesquisadores indicou que, em 2020, seriam 98 hipopótamos no local. O novo estudo divulgado, porém, contou os animais pessoalmente e por meio de drones chegou a uma estimativa mais alarmante. O número seria, na verdade, entre 180 e 215. Para especialistas, é preciso que a Colômbia adote medidas drásticas para a redução desta população.

— O argumento que usavam para não termos de lidar com os hipopótamos era que nossa informação seria limitada, mas conseguimos descartar isso. O novo estudo mostra que este é um problema real e que o Estado precisa agir urgentemente — disse o ecologista Rafael Moreno, que participou do estudo como membro do Instituto de Pesquisa e Recursos Biológicos Alexander von Humbolt, à Nature.

‘Hipopótamos da cocaína’

Conhecidos no país como “hipopótamos da cocaína”, os animais da região são todos descendentes das três fêmeas e um macho que foram importados ilegalmente para a Colômbia pelo traficante Pablo Escobar. Após sua morte, em 1993, eles fugiram do parque privado onde viviam e se instalaram ao longo do Rio Magdalena.

Sem predadores naturais na região ou períodos de seca como os da África, eles se reproduzem rapidamente – a ponto de serem, hoje, a maior população da espécie fora do continente africano. Agora, autoridades colombianas têm dificuldade para lidar com os animais. Em 2009, o governo chegou a autorizar o abate de um macho, mas a foto dos soldados posando ao lado do animal morto gerou polêmica no país.

Tamanho do problema

O censo dos hipopótamos foi encomendado pelo Ministério do Meio Ambiente da Colômbia com objetivo de formular uma ideia mais precisa do tamanho do problema, além de buscar soluções para lidar com a situação. Mas concluir a tarefa não foi simples: embora os animais sejam grandes, não são facilmente encontrados, já que possuem hábitos noturnos e passam até 16 horas diárias submersos na água.

As viagens à região foram realizadas em 2021 e 2022 de carro, barco e a pé. Os responsáveis pela contagem foram os cientistas do Instituto Humboldt, da Universidade Nacional da Colômbia e da Corporação Autônoma Regional das Bacias dos Rios Negro e Nare (Cornare), instituição ambiental que administra a área onde os animais vivem.

Os drones foram usados pelos pesquisadores em locais em que eles não teriam segurança. Ao todo, o trabalho indicou que 37% desses animais são jovens, indicativo de que a reprodução continua ocorrendo com rapidez. Uma hipótese para isso é a de que eles têm atingido a idade reprodutiva antes do que ocorre na África por conta das condições climáticas mais favoráveis e da redução de conflitos.

Segundo o material formulado pelos pesquisadores, os hipopótamos têm impactado o ecossistema local. Exemplo disso é a erosão nas margens e os longos caminhos de lama que estão dividindo a floresta – provocados pela entrada e saída desses animais dos rios. Outra consequência é o “roubo” do habitat e dos recursos alimentícios de outras espécies nativas, como peixes, lontras e capivaras.

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