Na última semana, diversos países ao redor do mundo têm enfrentado quase que simultaneamente drásticas condições associadas ao impacto das mudanças climáticas, como temperaturas extremas, que atingem o recorde histórico na Europa e nos EUA, e chuvas torrenciais que provocam enchentes na Ásia.
Onda de calor no Hemisfério Norte
O verão está apenas começando no Hemisfério Norte, mas ondas de calor brutais já foram registradas da Europa à China, passando pelos Estados Unidos, onde temperaturas recordes são esperadas no fim de semana.
No continente europeu, o termômetro pode atingir os 48ºC nas ilhas da Sicília e da Sardenha "potencialmente as temperaturas mais altas alguma vez registradas na Europa", segundo a Agência Espacial Europeia (ESA).
O Norte da África também está sufocando. Marrocos tem sofrido episódios de calor extremo desde o início do verão e foi emitido um alerta de calor vermelho para várias províncias do Sul do país.
- 'Cabelo grisalho' e 'verdadeiro comandante do Wagner': Saiba quem é o preferido de Putin para o lugar de Prigojin
Algumas regiões da China, inclusive onde fica Pequim, também sofrem com uma forte onda de calor. A maior empresa de energia do país disse na segunda-feira que registrou um recorde de geração diária de energia devido ao aumento da demanda relacionada às altas temperaturas.
Globalmente, junho passado foi o mais quente já registrado, segundo as agências europeias Copernicus e a americana NASA. Então, a primeira semana de julho se tornou a mais quente da História, de acordo com dados preliminares da Organização Meteorológica Mundial (OMM).
O calor é um dos eventos climáticos mais mortais, lembrou a OMM. No verão passado, só na Europa, as altas temperaturas causaram mais de 60 mil mortes, segundo um estudo recente.
Além disso, esse clima extremo ocorre com mais frequência devido às mudanças climáticas, que "infelizmente se torna a nova norma", disse o secretário-geral da OMM, Petteri Taalas, em comunicado na quinta-feira.
Ciclone extratropical atinge Sul e Sudeste; veja imagens
Chuvas torrenciais na Ásia
O governo da Coreia do Sul anunciou neste sábado que as tempestades que provocaram fortes inundações no país já deixaram, pelo menos, 26 mortos e 10 desaparecidos.
As autoridades pediram que milhares de pessoas abandonem as casas em áreas de risco. O ministério do Interior sul-coreano confirmou que a maioria das mortes foi causada por deslizamentos de terra e pela alta dos níveis dos rios, na província de Gyeongsang do Norte.
As fortes chuvas dos últimos três dias alagaram várias regiões do país. As autoridades ordenaram que mais 6.400 moradores do condado central de Goesan abandonem as casas, neste sábado, por causada ameaça de transbordamento de uma represa da região.
- Branco e dourado ou azul e preto: Noivo do ‘vestido que quebrou a internet’ é acusado de tentar matar esposa
Alguns dias antes, fortes chuvas também haviam provocado enchentes e deixado mortos e desabrigados em outros países asiáticos, como Paquistão, Japão e China.
Ciclone extratropical no Sul do Brasil
A passagem de um ciclone extratropical no Brasil provocou estragos na região Sul do país na última quinta-feira, com ventos de mais de 120 km/h. O fenômeno deixou mais de 690 mil pessoas sem energia e ao menos quatro mortos nas cidades de São José dos Campos e Itanhaém (SP), em Brusque (SC) e em Rio Grande (RS).
Ciclones são centros de baixa pressão formados por divergências de ar na atmosfera. Não é necessariamente um fenômeno que vai causar grande destruição, mas isso depende do seu tipo, intensidade e profundidade.
De acordo com a meteorologista do Inmet Deise Morais, o ciclone extratropical, especialmente, é formado a partir do contraste de temperaturas nos oceanos.
Isso quer dizer que, quando uma massa de ar frio se encontra com uma massa de ar quente forma-se uma área de baixa pressão atmosférica em que os ventos giram ao redor do centro, em formato de círculo. Quando mais baixa a pressão do ar em seu interior, mais forte são os ventos causados.
Esse ciclone, porém, teve a particularidade de ter sido formado mais próximo ao continente, e não no oceano.