Época
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Por The New York Times — Nova York

Desde o fim do programa espacial Apollo, que levou o Homem pela primeira vez à Lua há meio século, o satélite terrestre permaneceu vazio e inexplorado por humanos, mas isso está prestes a mudar: a NASA está planejando um retorno e, desta vez, a permanência será de longo prazo, com a construção de casas que podem ser habitadas tanto por astronautas quanto civis.

A agência espacial americana acredita que, até 2040, os americanos terão seu primeiro conjunto habitacional no espaço, e viver em Marte não está muito longe.

Alguns na comunidade científica dizem que esse cronograma da NASA é "excessivamente ambicioso". Mas sete cientistas da agência espacial entrevistados pelo The New York Times disseram que a meta de 2040 é alcançável se a NASA continuar no atual ritmo.

— Estamos em um momento crucial, e de certa forma parece um sonho — disse Niki Werkheiser, diretora de maturação de tecnologia da NASA. — De certa forma, parece inevitável que chegaríamos até aqui.

A NASA está mais aberta do que nunca a parcerias com acadêmicos e líderes da indústria, o que tornou o campo de jogo muito mais amplo do que nos dias das missões Apollo, disse Werkheiser.

A agência espacial enviará uma impressora 3D para a Lua e depois construirá estruturas com um concreto lunar especial criado a partir de fragmentos de rocha, fragmentos minerais e poeira que se encontram na camada superior da superfície craterada do satélite terrestre e se espalham em nuvens venenosas sempre que são perturbados, um plano ousado viabilizado por novas tecnologias e parcerias com universidades e empresas privadas.

Transformando um problema em uma solução

Entre os muitos obstáculos para se estabelecer na Lua está a poeira, tóxica quando inalada.

Mas há quatro anos, Raymond Clinton Jr., diretor adjunto do escritório de ciência e tecnologia do Centro de Voo Espacial Marshall da NASA, no estado de Alabama, nos Estados Unidos, apontou que a poeira é um problema, sim. Mas também pode ser a solução.

Se casas na Terra pudessem ser impressas em 3D com solo feito dos minerais encontrados aqui, ele pensou, casas na lua poderiam ser impressas com o solo lá em cima, onde as temperaturas podem variar até 600 graus e uma perigosa combinação de radiação e micrometeoritos representam um risco tanto para prédios quanto para corpos.

A NASA chama seu retorno à Lua de Artemis, nomeado após a irmã gêmea de Apolo. Em novembro do ano passado, a Artemis I, a primeira de cinco missões planejadas para a Lua, partiu com apenas robôs a bordo, circulou a Lua e retornou em segurança à Terra.

Já a Artemis II, que levará quatro humanos, incluindo a primeira mulher e a primeira pessoa negra da história, em um voo de 10 dias pelo mesmo caminho, está programada para novembro de 2024. Essa missão será seguida um ano depois pela Artemis III, quando humanos pousarão na superfície lunar. Mais duas missões tripuladas estão planejadas antes do final da década.

Clinton, de 71 anos, disse que sabe que os americanos comuns podem não estar vivendo na Lua durante sua vida, mas para aqueles que estão apenas algumas décadas mais jovens do que ele, é uma possibilidade real.

— Eu gostaria de estar por perto para ver isso — afirmou ele.

A NASA se associou à ICON, uma empresa de tecnologia de construção com sede na cidade de Austin, no Texas, para atingir sua meta de 2040. A ICON recebeu financiamento da NASA pela primeira vez em 2020 e, em 2022, anunciou um adicional de US$ 60 milhões para um sistema de construção que pode ser usado além da Terra para imprimir desde plataformas de pouso de foguetes até habitats, tudo com concreto misturado no local.

Quase qualquer objeto pode ser impresso em 3D, e o processo tem sido elogiado pela ICON e por outros profissionais do setor como uma solução rápida e econômica para a escassez de moradias do país. A impressão 3D constrói objetos camada por camada a partir de um arquivo digital; em seus projetos de construção na Terra, a ICON usa um material de construção proprietário chamado Lavacrete.

Não estranha a projetos ambiciosos, a empresa é a criadora do sistema de construção robótica em grande escala Vulcan, que foi usado para construir algumas das primeiras casas impressas em 3D na América do Norte. Isso inclui a Community First! Village de Austin, que é uma coleção de 400 casas para pessoas sem-teto, e casas em um vilarejo de casas acessíveis e resistentes a furacões para mexicanos que vivem na pobreza na remota cidade de Nacajuca.

Mas a impressão no espaço profundo é outra dimensão.

— A química é a mesma lá em cima, mas a física é diferente — disse Patrick Suermann, da Escola de Arquitetura da Universidade do Texas A&M, que está trabalhando em colaboração com a NASA para desenvolver um sistema de construção que possa ser operado por robôs no espaço.

Viajar leve é fundamental, de acordo com ele, porque cada quilograma adicional de peso transportado em um foguete para a Lua custa cerca de US$ 1.000.000. Transportar materiais da Terra para construir no espaço, para Suermann, é insustentável.

— E não há lojas de materiais de construção lá em cima. Então você precisa saber como usar o que está lá em cima ou enviar tudo o que precisa — ele disse.Qualquer equipamento que vá para a Lua precisa ser testado na Terra para garantir que possa resistir ao ambiente, então Marshall tem mais de uma dúzia de câmaras de teste que submetem itens às mesmas condições de radiação e vácuo térmico que eles suportariam fora da Terra.

E antes que a NASA e a empresa possam construir casas, a NASA precisa construir plataformas de pouso, para que quando os foguetes que carregam as impressoras 3D pousarem na lua, o espalhamento de poeira possa ser mitigado.

Marte

A Lua não é a última fronteira. Envolvido no impulso da NASA para construir na Lua está um objetivo mais longo e ainda mais distante: chegar em Marte.

A Lua é um local prático para uma parada, já que a NASA acredita que a água na superfície lunar possa ser convertida em combustível para foguetes. Uma espaçonave viajando da Terra para Marte pode fazer uma parada na Lua, onde os astronautas podem esticar as pernas, pegar uma refeição dentro de uma estrutura impressa em 3D e depois abastecer antes de seguir viagem.

Em junho deste ano, quatro astronautas da NASA acenaram para uma multidão reunida e depois entraram no Mars Dune Alpha, uma estrutura de 500 metros quadrados que foi impressa em 3D pela ICON com Lavacrete tingido na mesma cor ferrugem que Marte. Em seguida, trancaram as portas e passarão o próximo ano vivendo em condições simuladas para se preparar para um dia viver em Marte na realidade.

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