Época
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Por , Em The New York Times — Kiev, Ucrânia

À medida que o frio do inverno toma conta da Ucrânia, crescem as preocupações de que a Rússia retomará ataques aéreos em larga escala à rede elétrica. A tática foi usada no ano passado para tentar quebrar a vontade dos ucranianos, mergulhando-os no frio e na escuridão.

Para piorar a situação, especialistas e oficiais ucranianos ​​dizem que o sistema energético do país está mais frágil do que era há um ano. Em entrevistas, eles descreveram centrais elétricas ainda prejudicadas pelos ataques russos do Inverno passado, reparos inacabadas em subestações e escassez de equipamentos críticos como transformadores. E a neve já começou a cair.

O inverno está chegando em toda a Ucrânia, com neve caindo em todo o país, inclusive na vila oriental de Kamyanka — Foto: Tyler Hicks/The New York Times
O inverno está chegando em toda a Ucrânia, com neve caindo em todo o país, inclusive na vila oriental de Kamyanka — Foto: Tyler Hicks/The New York Times

As autoridades ucranianas recusaram-se a fornecer dados detalhados sobre o atual estado da rede elétrica, alegando que se tratava de informação sensível em tempo de guerra. Mas, os especialistas dizem que a situação melhorou apenas marginalmente desde que um relatório das Nações Unidas estimou que a capacidade total de produção da Ucrânia em abril deste ano tinha caído para metade do seu nível anterior à guerra.

— Não mudou muita coisa desde então — disse Victoria Voytsitska, ex legisladora e membro sénior da comissão de energia do Parlamento ucraniano, numa entrevista. — Estamos em uma situação muito pior do que no ano passado — completou.

A situação parece particularmente grave para as centrais térmicas, que funcionam a carvão ou a gás. Elas são um elemento-chave no grid energético da Ucrânia para satisfazer a procura durante os períodos de pico de consumo, dizem os especialistas.

O governo da Ucrânia afirma que as centrais fornecerão 4,5 giga watts de energia neste Inverno, um terço da produção do país antes da guerra, segundo as Nações Unidas. É a mesma capacidade que a organização estimou neste verão, sugerindo que houve pouco progresso nos reparos desde então.

A Ucrânia aumentou drasticamente a sua capacidade de abater mísseis e drones russos antes que se aproximem da rede eléctrica. Agora, as forças armadas possuem poderosos sistemas de defesa aérea e as autoridades ucranianas dizem que foram erguidas fortificações em torno de instalações energéticas críticas.

— Por um lado, somos mais vulneráveis. Por outro, estamos mais preparados — disse German Galushchenko, ministro da Energia da Ucrânia.

Sistema de defesa aéreo Patriot, de fabricação americana, durante exercício militar na Polônia. Arma é usada pelas Forças Armadas da Ucrânia. — Foto: JANEK SKARZYNSKI/AFP
Sistema de defesa aéreo Patriot, de fabricação americana, durante exercício militar na Polônia. Arma é usada pelas Forças Armadas da Ucrânia. — Foto: JANEK SKARZYNSKI/AFP

Mas, alguns especialistas e legisladores afirmam que as fortificações não foram testadas e observam que, no caso de ataques bem-sucedidos, o sistema energético do país terá pouco apoio em termos de abastecimento e equipamento, aumentando a probabilidade de colapso.

Embora Moscou ainda não tenha retomado os ataques com mísseis em grande escala, as autoridades ucranianas notaram um aumento recente nos ataques de drones à rede eléctrica. No sábado, um ataque na região sul de Odessa deixou cerca de 2.000 famílias sem eletricidade durante várias horas.

Moscou lançou mais de 1.200 mísseis e drones contra instalações energéticas entre Outubro de 2022 e Abril de 2023, de acordo com Ukrenergo, o operador nacional de eletricidade da Ucrânia. Em meados de Novembro, quase metade da rede elétrica do país tinha sido desativada, mergulhando as pessoas no frio e na escuridão.

A Ucrânia conseguiu sobreviver aos ataques graças aos sistemas de defesa aérea dos aliados ocidentais, que lhe permitiram interceptar mais mísseis russos. O esforço também foi fortalecido pelo trabalho ininterrupto dos engenheiros para reparar equipamento vital e pela engenhosidade dos residentes para poupar energia.

Mas, os ataques deixaram uma cicatriz na rede elétrica. A Escola de Economia de Kiev estima que os danos totalizaram US$ 8,8 mil milhões de dólares.

Roman Nitsovych, diretor de pesquisa do DiXi Group, um instituto ucraniano focado no setor de energia, disse estimar que os trabalhos de reparo restauraram um quinto da capacidade das usinas perdida devido a danos ou à ocupação russa.

Os números fornecidos pelo Ministério da Energia da Ucrânia sugerem uma situação um pouco mais crítica. Embora o ministério afirme que excedeu as suas metas de reparação, apenas 1,3 gigawatts de capacidade foram restaurados nas centrais térmicas, cerca de 15% da perda total.

A capacidade de produção da Ucrânia parece prejudicada ao ponto de alguns analistas se perguntarem se o país será capaz de evitar apagões neste Inverno, mesmo que a Rússia não ataque.

Viktor Kurtiev, chefe da Metropoliya, uma empresa de consultoria energética, estimou que a Ucrânia poderia ter uma escassez de 1,5 gigawatts durante o período de pico de consumo de inverno - quantidade necessária para fornecer eletricidade a 10.000 famílias durante um mês - “sem levar em conta os novos ataques russos”.

— Se a rede eléctrica for novamente atingida, estes défices aumentarão. Por isso, é pouco provável que evitemos apagões contínuos neste Inverno — disse Kurtiev.

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