A rainha Margarethe II da Dinamarca, a mais longeva da Europa atualmente, anunciou ontem que abdicará em 14 de janeiro, após um reinado de 52 anos. Segunda a monarca, uma cirurgia nas costas em fevereiro de 2023, que a manteve afastada da vida pública até abril, fez com que repensasse o futuro, decidindo que agora seria a hora certa de passar a responsabilidade à próxima geração. Seu filho, o príncipe herdeiro Frederik, assumirá o trono.
— A cirurgia naturalmente me levou a pensar sobre o futuro, se havia chegado a hora de passar a responsabilidade para a próxima geração. Decidi que agora é o momento certo — disse durante seu tradicional discurso de Ano Novo, transmitido pela televisão dinamarquesa. — Em 14 de janeiro de 2024, 52 anos após eu suceder a meu amado pai, vou abdicar do trono como rainha da Dinamarca.
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Em seu pronunciamento, ela enfatizou a importância de chegar à marca de mais de meio século no trono.
— Em duas semanas, terei sido Rainha da Dinamarca por 52 anos. Tanto tempo deixa sua marca em qualquer pessoa, até mesmo em mim! — afirmou, acrescentando: — O tempo cobra seu preço, e o número de ‘doenças’ aumenta. Não se pode empreender tanto quanto se conseguiu no passado.
Assim como no Reino Unido, a mais famosa monarquia do mundo, na Dinamarca o poder é do Parlamento, que forma o governo de acordo com a coalizão que detém a maioria dos assentos na Casa. O monarca apenas representa a nação em formalidades tradicionais, como visitas de Estado e celebrações do dia nacional.
A popular soberana de 83 anos, viúva desde 2018, é a última monarca reinante da Europa desde a morte da sua prima distante, a rainha Elizabeth II.
Mais de 80% dos dinamarqueses afirmam ser favoráveis à monarquia e multidões celebraram seu jubileu de 50 anos de reinado no ano passado.
"Muitos de nós não conhecemos outro monarca. A Rainha Margrethe é a própria encarnação da Dinamarca e, ao longo dos anos, colocou palavras e sentimentos ao que somos como povo e como nação", reagiu a primeira-ministra Mette Frederiksen em um comunicado