A arraia Charlotte, que chamou a atenção dos cientistas após engravidar mesmo sem ter contato com machos da sua espécie há oito anos, morreu após sofrer de uma rara doença reprodutiva, anunciou o Aquarium and Shark Lab, da Carolina do Norte, nos EUA, neste domingo.
O anúncio da gravidez de Charlotte foi feito em fevereiro, com a expectativa que o nascimento dos filhotes ocorresse em breve. Em maio, no entanto, o aquário americano afirmou que o animal sofria de uma rara doença reprodutiva. Já no início de junho, a instituição confirmou que ela não estava mais grávida, nem havia tido os filhotes.
Desde julho de 2023, Charlotte vivia com outros dois jovens tubarões no aquário e, apesar de entusiasmados e assustados com a possibilidade, os pesquisadores do Aquarium and Shark Lab descartaram a ideia. Charlotte apresentava mordidas e escoriações típicas que ocorrem quando há cruzamento entre tubarões, o que despertou a hipótese de que ela, então, carregava de três a quatro filhos híbridos, mas não.
A arraia teria engravidado, na verdade, através de partenogênese, um fenômeno raro. De acordo com os cientistas, além da diferença de tamanho, a anatomia e o DNA tornariam impossíveis uma procriação entre uma arraia e um tubarão. A equipe do local transmitiu o exame por uma live no Facebook. Veja um trecho
Durante esse procedimento, são geradas células menores separadas dos óvulos da mãe, que posteriormente se combinam com o óvulo para dar origem à prole. Conforme relatado pela National Geographic, isso resulta em descendentes que são "semelhantes à mãe, mas não são clones exatos". Os tubarões, que têm uma relação científica próxima com as raias, já foram observados passando por esse processo.
— Devemos deixar claro que não há nenhuma 'travessura' com arraias-tubarões acontecendo aqui —, disse Kady Lyons, cientista e pesquisadora à Associated Press.