Uma mulher foi encontrada morta após ter sido engolida por uma píton na semana passada na Indonésia. A espécie, que pode chegar a medir 5,5 metros e pesar 90kg, é conhecida pela capacidade de engolir corpos com grandes dimensões (como de um humano), habilidade que, segundo um estudo da Universidade de Cincinnati, nos Estados Unidos, é fruto não apenas das grandes medidas de sua boca e corpo.
De acordo com a publicação, esses animais têm o maxilar inferior desconectado, o que permite que essa espécie tenha uma larga abertura da boca. Um dos autores de um estudo a respeito desta espécie, o professor Bruce Jayne explica que esse animal têm uma pele "superelástica" justamente nesta região do corpo, permitindo ingerir animais maiores do que suas prórias dimensões, devido às "mandíbulas altamente móveis".
“A pele elástica entre as mandíbulas inferiores esquerda e direita é radicalmente diferente nas pítons. Pouco mais de 40% da área total de sua boca aberta, em média, é de pele elástica”, disse Jayne. “Mesmo depois de corrigir suas cabeças grandes, sua boca aberta é enorme.”
Em 2020, o professor identificou, pela primeira vez, um movimento da cobra que ele chamou de locomoção em laço, que "permite que algumas cobras escalem cilindros largos ou troncos de árvores lisos".
“É intrigante pensar sobre os diferentes limites potenciais do que os animais podem fazer na natureza”, explica. “O que a anatomia permite? O que ela limita?”
A publicação da universidade explica, ainda, que as pítons são constritoras, ou seja, "mordem suas presas e rapidamente [se] enrolam" em volta delas, "cortando fatalmente o fluxo sanguíneo vital do animal, antes de consumi-lo".
Registros desde a década de 1990
Apesar de incidentes assim serem extremamente incomuns, várias pessoas morreram na Indonésia nos últimos anos após serem atacadas por pítons. O marido da vítima do caso registrado na semana passada, morador da aldeia de Kalempang, na província de Celebes do Sul, conta que encontraram sua companheira na sexta-feira dentro de uma píton reticulada, que media cerca de cinco metros.
Farida desapareceu na noite de quinta-feira, e uma busca começou, disse o chefe da aldeia, Suardi Rosi, à agência. Os vizinhos vasculharam a área e rapidamente viram a “píton com uma barriga grande”, explicou Rosi.
“Resolveram abrir a barriga e apareceu a cabeça de Farida”, que estava completamente vestida dentro da cobra. A mulher, de 45 anos, deixa quatro filhos.
Mas este não foi o único incidente envolvendo animais dessa espécie no país. Há registros de aparecimentos de pítons desde a década de 1990, quando uma foi encontrada em Mamuju. Relembre outros casos parecidos:
2023
No ano passado, moradores do distrito de Tinanggea, no sudeste da ilha de Celebes, mataram uma píton de oito meses que sufocou e comeu um fazendeiro.
2022
Já em 2022, uma cobra de sete metros foi encontrada com uma mulher dentro do estômago em uma plantação de seringueiras. Primeiro, o marido da vítima achou as sandálias, o véu, uma jaqueta e as ferramentas de trabalho.
Na manhã seguinte, a píton foi encontrada na área. O animal foi capturado e a vítima, achada.
2018
Em 2018, uma mulher de 54 anos foi encontrada morta dentro de uma píton de sete metros na cidade de Muna, também no sudeste de Celebes. Wa Tiba trabalhava em sua horta quando teria sido atacada pelo animal.
2017
Em 2017, um agricultor do também de Muna foi devorado por uma píton de quatro metros. Akbar, 25 anos, estava declarado desaparecido havia três dias, e seu corpo foi encontrado no ventre do animal.
2013
Em 2013, em Bali, uma píton matou um vigia em um hotel junto a uma praia da ilha mais turística da Indonésia.