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Por O Globo com agências internacionais — Nova York

Em um dos casos de maior repercussão da história da justiça nos Estados Unidos, Andrea Yates, 60 anos, uma mãe de cinco filhos no Texas, busca o que para muitos prisioneiros seria um pesadelo: continuar encarcerada pelo resto da vida em uma instituição psiquiátrica. Segundo o NY Post, Yates recusou uma audiência no mês passado que reavaliaria sua saúde mental para que ela tivesse alta do hospital em que está internada desde que afogou Noah, John, Paul, Luke e Mary, as crianças tinham de 6 meses a 7 anos de idade.

Conforme os termos da condenação, Yates é elegível para revisões anuais a respeito do seu estado de saúde mental, mas ela tem apresentado recusas, e não quer deixar o Hospital Estadual de Kerrville, onde passa seus dias produzindo artesanatos. Segundo a mídia americana, Yates faz cartões de felicitações decorados com arco-íris e borboletas e os vende em exposições de arte e festivais.

Mulher que afogou os cinco filhos recusa reavaliação do caso e possível saída de hospital psiquiátrico nos EUA — Foto: Reprodução
Mulher que afogou os cinco filhos recusa reavaliação do caso e possível saída de hospital psiquiátrico nos EUA — Foto: Reprodução

Os lucros dos produtos são destinados ao Yates Children's Memorial, uma fundação que ajuda pessoas com depressão pós-parto. Ela usa a internet para acessar o site desenvolvido pela família e se corresponde mensalmente com o ex-marido, Rusty Yates, que trabalhava como engenheiro da NASA na época do crime.

A página é administrada por Rusty, que descreveu como a família vivia antes de todo o ocorrido:

“Nossa família passou muito tempo junta e nós aproveitamos a vida. Ao longo dos anos, mudamos de uma casa para um trailer, para um ônibus e de volta para uma casa. Durante tudo isso, nós nos amávamos e valorizávamos nosso tempo juntos. Um dia típico para nossa família seria todos acordarem por volta das 8h e se prepararem para o dia. Nossa comida favorita no café da manhã era cereal. Às vezes, tomávamos café da manhã juntos. Muitas vezes, comíamos apenas quando estávamos prontos. Com sete pessoas na casa, geralmente tínhamos companhia”, escreveu Rusty no Yates Kids.

As crianças Yates — Foto: AFP
As crianças Yates — Foto: AFP

Ainda de acordo com o site, a família tinha uma convivência harmoniosa e as crianças ajudam nos afazeres da casa. Elas não frequentavam escola e eram educadas na sala de casa por Yates.

"Depois que terminávamos nosso café da manhã, começávamos nossa escola em casa. Mamãe converteu nossa sala de estar em uma sala de aula completa com um quadro de marcadores, carteiras e decorações de parede. A escola geralmente durava de 2 a 3 horas por dia. Depois da escola, almoçávamos (geralmente sanduíches ou sopa). Éramos muito bons em ajudar a mamãe e comer na mesa. O maior desafio era manter nosso cachorro, Blackie, longe dos sanduíches!", compartilha o site sobre a família.

Relembre o caso

Em 20 de junho de 2001, Andrea Yates esperou Rusty deixar a residência da família para ir trabalhar e começou a afogar os cinco filhos pequenos na banheira da casa no subúrbio de Houston, no Texas. Ela tinha 37 anos e, segundo os advogados, sofria de depressão pós-parto e psicose severa. Logo após matar as cinco crianças, Yates ligou para o número de emergência e contou o que havia feito, para, em seguida, pedir ao marido que voltasse para casa.

Com cinco acusações de homicídio, a promotoria na época classificou o crime como “hediondo” e exigiu pena de morte, mas os advogados da mulher alegaram que ela precisava de tratamento devido aos sintomas psicológicos desenvolvidos após o parto de Mary, única menina e que tinha apenas 7 meses quando foi assassinada.

Andrea Yates matou os cinco filhos afogados no Texas, Estados Unidos — Foto: Reprodução/Reddit
Andrea Yates matou os cinco filhos afogados no Texas, Estados Unidos — Foto: Reprodução/Reddit

Sentenciada à prisão perpétua, Yates ainda apresentava delírios no cárcere, e dizia às autoridades, segundo o NY Post, que considerou por dois anos matar as crianças, pois precisavam de “salvamento da condenação eterna”.

“Meus filhos não eram justos. Eles eram assim porque eu era má. Do jeito que eu os estava criando, eles nunca poderiam ser salvos. Eles estavam condenados a perecer no fogo do inferno”, disse Yates ao psiquiatra da prisão.

Por razões de insanidade mental, Andrea Yates foi internada em um hospital psiquiátrico após novo julgamento em 2006 — Foto: AFP
Por razões de insanidade mental, Andrea Yates foi internada em um hospital psiquiátrico após novo julgamento em 2006 — Foto: AFP

Assim, com essas evidências, os advogados de defesa conseguiram um novo julgamento, e Yates foi declarada inocente por razões de insanidade em 2006, e ela foi transferida para o hospital psiquiátrico em que permanece até os dias atuais.

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