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Espanha não quer que embaixada na Venezuela vire 'centro de ativismo político'

Opositor Leopoldo López está abrigado no local, de onde concedeu entrevista
Leopoldo López fala a jornalistas na frente da embaixada da Espanha em Caracas, na Venezuela Foto: Carlos Garcia Rawlins / REUTERS
Leopoldo López fala a jornalistas na frente da embaixada da Espanha em Caracas, na Venezuela Foto: Carlos Garcia Rawlins / REUTERS

MADRI — A Espanha afirmou nesta sexta-feira que não permitirá que a sua embaixada em Caracas, na Venezuela , seja usada como um "centro de ativismo político" pelo opositor Leopoldo López. O rival do presidente Nicolás Maduro está abrigado lá e, na porta da embaixada, concedeu entrevista a jornalistas no dia anterior. Ele é alvo de uma ordem de prisão, após ter escapado do regime de prisão de domiciliar, supostamente com a ajuda do Serviço Bolivariano de Inteligência (Sebin).

O governo espanhol disse na terça-feira que não tem a intenção de entregar López, acompanhado da sua mulher e dos seus filhos na embaixada desde terça-feira, às autoridades venezuelanas. A União Europeia (UE), por sua vez,  já pediu "respeito pela imunidade diplomática" na Venezuela, depois de a Suprema Corte venezuelana ter ordenado a sua prisão.

López já cumpriu cinco anos de sua sentença de quase 13 anos de reclusão. As circunstâncias sob as quais ele deixou a sua casa são ainda nebulosas. Logo depois, ele participou da tentativa frustrada da oposição venezuelana de depor Nicolás Maduro com apoio de militares e se refugiou na embaixada do Chile em Caracas, seguindo depois para a representação diplomática da Espanha.

No dia da chamada "Operação Liberdade", a Espanha pediu que fosse evitado o derramamento de sangue e defendeu uma solução que viesse "de um movimento pacífico e de eleições democráticas".

Leopoldo López e sua mulher, Lilian Tintori, entram de volta na embaixada da Espanha após entrevista; opositor está abrigado com a família no local Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP
Leopoldo López e sua mulher, Lilian Tintori, entram de volta na embaixada da Espanha após entrevista; opositor está abrigado com a família no local Foto: RONALDO SCHEMIDT / AFP

Grupo de Lima discute segurança de opositores

Nesta sexta, o Grupo Lima — formado por 14 países das Américas para lidar com a questão venezuelana — se reúne a portas na capital do Peru para avaliar a crise atual. O grupo reconhece Juan Guaidó, líder opositor autoproclamado presidente interino há três meses, como pessoa legítima para governar até que haja novas eleições. O

Os chanceleres ou seus representantes presentes no encontro abordarão, a portas fechadas, a situação na Venezuela desde Guaidó, que lançou a "Operação Liberdade" na terça-feira para que as forças armadas retirem seu apoio ao presidente Nicolás Maduro para forçar sua renúncia.

A segurança de Guaidó e de López será um dos pontos que serão abordados no encontro, disse à agência AFP uma fonte diplomática do Grupo Lima. A localização de Guaidó não é publicamente conhecida, embora o opositor continue convocando a mobilização popular contra o governo Maduro pelas redes sociais.