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EUA impõem sanções a vice-presidente venezuelano

Tareck El Aissami é suspeito de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro
Tareck El Aissami, vice-presidente da Venezuela, se encontra com militares em Caracas. Foto: Fernando Llano / AP
Tareck El Aissami, vice-presidente da Venezuela, se encontra com militares em Caracas. Foto: Fernando Llano / AP

WASHINGTON — O governo americano anunciou na noite desta segunda-feira sanções contra o vice-presidente venezuelano, Tareck El Aissami. Aissami é investigado há anos pelos Estados Unidos por suspeita de participação em tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, acusações que ele nega. A ação deve agravar ainda mais a tensa relação entre EUA e Venezuela.

Aissami - considerado um dos homens mais fortes do governo de Nicolás Maduro - é o mais alto funcionário venezuelano a ser atingido por sanções americanas.

A penalidade foi anunciada pelo Departamento do Tesouro em seu website. Ele passa a fazer parte de uma lista de pessoas que tem os bens congelados nos EUA, que não podem entrar no país e com as quais os americanos não podem fazer negócios.

Os EUA deverão impor ainda penalidades ao empresário Samark Lopez Bello, ligado a Aissami. Segundo as fontes, ele também estaria ligado ao tráfico de drogas. De acordo com uma fonte ouvida pela Bloomberg, Aissami teria facilitado o envio de mais de mil quilos de drogas em várias ocasiões da Venezuela para os Estados Unidos e o México. Ele teria usado Lopez Bello para comprar propriedades em seu nome.

— Não é uma mensagem política, econômica ou entre governos. Sequer é uma mensagem diplomática. É uma mensagem que diz que vamos de fato usar qualquer ferramenta legal para ir atrás daqueles envolvidos em tráfico de drogas internacional.

Aissami foi designado vice-presidente no início de janeiro em meio a uma grave crise econômica no país e é visto como um possível candidato do chavismo para a sucessão de Maduro. Aos 42 anos, ele foi deputado federal, ministro do Interior de Hugo Chávez (de 2008 a 2012) e teve funções de destaque em comissões parlamentares. Foi eleito governador de Aragua em dezembro de 2012, deixando o cargo para assumir a vice-presidência. A partir daí tem conquistado cada vez mais poder e funções dentro do governo. Sua escolha foi vista como um fortalecimento da ala mais dura do chavismo.

As acusações vêm da época em Aissami ainda era ministro, a partir de investigações das promotorias de Miami e Nova York. Já o diário espanhol “ABC” escreveu, em 2015, que Aissami, de origem sírio-libanesa, se reuniu em 2013 com Ghazi Nasr al-Dine, terrorista do grupo radical Hezbollah.