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Por O Globo

A OceanGate, responsável pela expedição que desapareceu no Oceano Atlântico enquanto se dirigia para explorar os destroços do Titanic no domingo, confirmou nesta quinta-feira que os passageiros do submersível "tristemente se foram". No começo da tarde, a Guarda Costeira dos Estados Unidos informou ter encontrado destroços do veículo, após quatro dias de buscas por sinais do Titan ao longo de uma extensa área do mar.

"Esses homens eram verdadeiros exploradores que compartilhavam um distinto espírito de aventura e uma profunda paixão por explorar e proteger os oceanos do mundo. Nossos corações estão com essas cinco almas e todos os membros de suas famílias durante esse período trágico. Lamentamos a perda de vidas e a alegria que eles trouxeram para todos que conheciam", afirmou a Guarda Costeira dos Estados Unidos.

Mapa da área dos destroços do submarino — Foto: Arte GLOBO
Mapa da área dos destroços do submarino — Foto: Arte GLOBO

A calota de vante (parte dianteira do casco) do Titan foi a primeira peça encontrada, e estava localizado fora do casco do submersível, disse Hankins.

— Essa foi a primeira indicação de que houve um evento catastrófico — disse Hankins.

Em seguida, as equipes encontraram um segundo campo de detritos menor, onde a outra extremidade do casco de pressão estava localizada.

Relembre abaixo a cronologia dos fatos:

16 de junho

O navio Polar Prince deixa a costa canadense rumo ao local do naufrágio do Titanic, no Atlântico Norte. A embarcação leva a bordo a tripulação da expedição da OceanGate, que iria descer até os destroços no submarino Titan: o magnata e aventureiro britânico Hamish Harding; o mergulhador francês e especialista no Titanic Paul-Henri Nargeolet; o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho Sulaiman; além do CEO da OceanGate, Stockton Rush.

Criada em 2009, a empresa Rush oferece um passeio ao ponto do naufrágio, que leva oito dias e custa cerca de US$ 250 mil, o equivalente a R$ 1,19 milhão. O pacote também pode incluir um mergulho de oito horas até os destroços da embarcação inglesa.

17 de junho

O navio chega ao local do naufrágio e inicia os preparativos para a expedição submarina.

18 de junho

Os cinco triupulantes do Titan entram no submersível e começam a descida de 3, 8 mil metros até o naufrágio do Titanic. Após cerca de 1 hora e 45 minutos de descida, o submarino perde contato com a equipe na superfíce.

Com 6,7 metros de comprimento e 685 kg, o submersível conta com um sistema de monitoramento de saúde em tempo real, que analisa as mudanças de pressão conforme a navegação, e tem uma reserva de oxigênio para até 96 horas, ou quatro dias, em caso de emergência.

19 de junho

Pela manhã, a Guarda Costeira americana se manifesta pela primeira vez e afirma estar em busca de um submarino perdido na área. Em coletiva de imprensa, as autoridades americanas confirmam estarem realizando esforços para resgatar os tripulantes.

Por volta de 12h30, a OceanGate se manifesta e também diz estar mobilizando sua equipe para trazer de volta os cinco tripulantes do Titan.

20 de junho

A identidade dos membros do submarino é confirmada por familiares e pela OceanGate. Pela manhã, as equipes de busca anunciam que estão aumentando a área na qual ocorrem as operações para localizar o submersível. Autoridades americanas e canadenses estão mobilizadas, e embarcações de outros países, como França e Noruega, afirmam estarem indo ao local para prestar auxílio.

21 de junho

As estimativas apontam que faltam cerca de 24 horas para acabar o oxigênio do submarino. A imprensa americana divulga a notícia e que equipes de busca ouviram sons de batidas, identificados na área de buscas. A revista Rolling Stone foi a primeira a dar a notícia, na noite desta terça-feira, seguida pela CNN. Ambos citaram memorandos internos do governo dos EUA e relataram que, depois que dispositivos de sonar adicionais foram implantados, quatro horas depois, estrondos ainda foram ouvidos.

Em uma coletiva de imprensa durante a tarde, a Guarda Costeira americana disse não saber a origem dos ruídos. Além disso, revelou que um objeto retangular avistado no mar não era o submarino e se revelou apenas como alarme falso, algo que não é incomum em uma operação deste tipo. A área de buscas também foi ampliada de 14 mil km² para 26 mil km².

22 de junho

As estimativas apontam que pela manhã desta quinta-feira o oxigênio dentro do Titan teria chegado ao fim. No início desta tarde, a Guarda Costeira americana afirma que destroços foram encontrados dentro da área de buscas. Posteriormente, durante coletiva de impressa, foi confirmado que os objetos eram do Titan, e o estado em que se encontravam eram coerentes ao de uma implosão da câmera de pressão do submarino.

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