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Por André Duchiade

Primeira presidente da Convenção Constitucional do Chile, a professora universitária de origem mapuche Elisa Loncon é enfática em sua defesa da Carta. Os constituintes, ela observa, tiveram um prazo curto e incluíram um pacote abrangente de direitos no documento. Para ela, as críticas vêm de setores de direita que perderão privilégios caso o texto seja aprovado.

Na manhã desta segunda, o documento final será entregue ao presidente Gabriel Boric, em uma cerimônia simbólica. Os trabalhos de fato acabaram na terça-feira, após sessões finais incendiárias.

Essa carta é suficiente para apaziguar a sociedade chilena?

Não estamos em guerra. O Chile está vivendo um período de democracia, e tomamos a decisão democrática de mudar nossa Constituição. Essa pergunta não faz sentido. Mais de 80% dos eleitores disseram que a atual Constituição não serve, não responde às demandas da sociedade. Nesse contexto, a proposta recolhe demandas e propõe soluções.

Como vê tantas críticas, e que a rejeição à Carta esteja em primeiro nas pesquisas?

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As críticas são parte da manipulação dos meios da direita, que têm divulgado mentiras. Nós, constituintes, instalamos o processo sem apoio do governo [de Sebastián Piñera]. Nunca o governo quis informar como o processo caminhava. Em um ano, trabalhamos três vezes mais do que o normal para nos dedicarmos ao texto, e agora vemos divulgadas mentiras da direita. Precisamos de tempo para a população conhecer o texto.

Como a senhora avalia o texto, está satisfeita com ele?

Sim, estou. É o primeiro que integra a plurinacionalidade, que garante uma série de direitos fundamentais, como direitos da natureza, à cultura, à língua, à livre determinação. Também há um catálogo de direitos sociais bastante robusto.

Não é arrogância dizer que toda a rejeição se deve à manipulação da direita?

O povo falará no dia 4 de setembro. É muito prematuro dizer que a Carta está sendo rechaçada.

Muitas pessoas dizem que os constituintes mudaram coisas demais. Como a senhora vê essa crítica?

Éramos 154 deputados, eleitos democraticamente. Apresentamos o programa, convidamos ao diálogo, instalamos as normas. Essas críticas vêm do setor que não quer mudanças. Daqueles que se beneficiaram da Carta de 1980. Os beneficiários daquela Constituição se valem de mentiras, como dizer que não queremos liberdade ensino ou liberdade religiosa. São manipulações. Sobretudo em termos de matéria indígena, a Constituição apenas promove a atualização da norma interna de acordo com normas internacionais.

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