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Por O GLOBO; Agências Internacionais — VINNYTIA, Ucrânia

Mísseis de cruzeiro russos deixaram ao menos 23 mortos nesta quinta-feira na cidade de Vinnystia, no centro-oeste da Ucrânia, bem distante das frentes de batalha no Leste, segundo o chefe da Polícia Nacional da Ucrânia, Ihor Klymenko, no mais recente ataque a um alvo civil que não parecia ter um objetivo militar direto.

O número de mortos inclui três crianças, e há 42 desaparecidos, de acordo com o Serviço de Emergência do Estado (SES). Outras 64 pessoas, incluindo quatro crianças, foram hospitalizadas — destas, 34 estão em condição grave e cinco, em situação crítica, informou o SES.

O ataque foi perpetrado com mísseis de cruzeiro Kalibr russos lançados de submarinos no Mar Negro, de acordo com Kyrylo Tymoshenko, vice-chefe do Gabinete do presidente da Ucrânia.

Mais de 50 prédios e 40 carros ficaram danificados pelos ataques, disse Klymenko. Vídeos divulgados pela agência mostraram fumaça saindo de prédios de vários andares e equipes de bombeiros jogando água nas carcaças fumegantes de veículos atingidos por um incêndio após os ataques.

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, condenou o ataque. “Todos os dias, a Rússia destrói a população civil, mata crianças ucranianas, lança foguetes contra objetos civis”, disse em uma mensagem no Telegram. “O que é isso, senão um ato aberto de terrorismo?”

Em um comunicado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, condenou os ataques e pediu que os responsáveis prestem contas.

Guterres está "aterrorizado com o ataque com mísseis de hoje contra a cidade de Vinnytsia [...] O secretário-geral condena qualquer ataque contra civis e infraestruturas civis, e reitera seu apelo à prestação de contas por essas violações", escreveu na nota o porta-voz Stephane Dujarric.

A União Europeia tachou o ataque russo de "atrocidade".

"A União Europeia condena, nos mais duros termos, os ataques contínuos e indiscriminados contra alvos civis, incluídos hospitais, instalações médicas, escolas e refúgios", escreveu a organização em comunicado.

Por sua vez, a chefe da redação do grupo de mídia estatal Rossiya Segodnya, Margarita Simonian, afirmou no Telegram que o Exército russo lhe informou que havia atacado "a casa de oficiais, para onde nacionalistas [ucranianos] foram enviados".

Ataques habituais

Após as explosões, moradores assustados ficaram nas calçadas, observando uma espiral de fumaça preta subindo do centro da cidade. As pessoas estavam com medo, embora os ataques “tenham se tornado habituais”, disse ao New York Times Iryna Mykhailova, uma babá que mora em Vinnytsia, por telefone.

Outra testemunha, Raisa Ludanova, disse:

— Não tive tempo de ficar com medo porque foi um barulho alto muito repentino. Uma janela do meu quarto foi arrancada.

Vinnytsia, que tinha uma população pré-guerra de mais de 370 mil pessoas, fica a oeste do rio Dnipro, a centenas de milhares da região do Donbass, no Leste da Ucrânia, que é o foco da campanha militar de Moscou nas últimas semanas. A área não sofre ataques significativos desde o início de março, dias após a invasão da Rússia, quando mísseis de cruzeiro russos atingiram um aeroporto da cidade.

O ataque mortal a Vinnytsia ocorre cinco dias depois de um ataque russo semelhante a Chasiv Yar, que matou 48 pessoas. O ataque com mísseis russos no sábado atingiu um prédio de apartamentos de cinco andares na cidade de Chasiv Yar, Donetsk Oblast.

Várias cidades ucranianas foram alvo da Rússia nesta quinta-feira, incluindo Mykolaiv, no Sul; Kharkiv, no Leste, e várias cidades na província de Donetsk — Sloviansk, Kramatorsk, Chasiv Yar e Mykolaivka. As estimativas preliminares indicam que duas pessoas foram mortas e mais sete ficaram feridas como resultado desses ataques.

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