Um porta-aviões da Marinha dos Estados Unidos chegou nesta quinta-feira às águas do Mar do Sul da China, em meio à tensão entre países sobre a ilha de Taiwan. O local é alvo de disputas territoriais entre a China e os países vizinhos, o que torna a presença do porta-aviões mais uma fonte de tensão.
A movimentação, porém, já estava programada desde antes das declarações do presidente da China, Xi Jinping, em cúpula por videoconferência com o presidente americano, Joe Biden, feitas no mesmo dia. Além disso, o navio trafegará por águas internacionais.
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Veja fotos do porta-aviões São Paulo
O USS Ronald Reagan, da Sétima Frota dos Estados Unidos, deixou a Base Naval de Changi, em Cingapura, na última terça-feira, e participou de operações de segurança marítima antes de chegar ao Mar do Sul da China, incluindo ações marítimas e aéreas, bem como exercícios táticos coordenados entre tropas em terra e no ar.
“O USS Ronald Reagan está a caminho, operando no Mar da China Meridional após uma visita bem-sucedida a Singapura”, explicou o comandante Hayley Sims, porta-voz da 7.ª Frota, à agência Europa Press. “O navio continua a operar normalmente e rotineiramente realizando as suas tarefas de patrulha para manter uma região do Indo-Pacífico aberta", disse em nota, usando a expressão americana para se referir a sua oposição às reivindicações territoriais chinesas na região.
Nesta semana, a Chancelaria chinesa já havia advertido para "graves consequências" se a presidente da Câmara dos EUA, a democrata Nancy Pelosi, visitar Taiwan. Durante a reunião de 2h17 de duração, Xi subiu o tom e repetiu a ameaça diretamente a Biden. De acordo com o comunicado de Pequim, as conversas foram "sinceras e profundas", e o líder chinês disse ao homólogo americano se “opor firmemente ao separatismo, e à ‘independência de Taiwan’ [aspas no original] e à interferência de forças externas”.
— Nunca permitiremos qualquer forma de espaço para as forças da "independência de Taiwan". A posição do governo chinês e do povo chinês sobre a questão de Taiwan tem sido consistente — afirmou Xi a Biden, segundo a agência estatal chinesa Xinhua. — A opinião pública não pode ser violada. Se brincar com fogo, vai se queimar. Espero que o lado dos EUA possa ver isso claramente.
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O tom do líder chinês se insere em um contexto de crescente rivalidade em torno de Taiwan. Por um lado, a China aumentou a sua presença militar no estreito que separa a ilha do continente, alimentando especulações de que possa estar reunindo forças para eventualmente lançar uma invasão e reintegrar o território pela via militar.
Biden, por sua vez, declarou em maio que os EUA apoiariam Taiwan “militarmente” no caso de um ataque chinês, o que significaria uma mudança da política americana para a ilha. O governo americano precisou voltar atrás da afirmação.
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