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Por O Globo e agências internacionais — Moscou

A visita da presidente da Câmara dos Estados Unidos, Nancy Pelosi, a Taiwan é "pura provocação", afirmou o Kremlin nesta terça-feira ao reiterar a "solidariedade absoluta" da Rússia à China. As declarações foram dadas antes de Pelosi chegar a Taipé na noite desta terça-feira (manhã no Brasil), depois de manter a viagem em sigilo por semanas. É a primeira visita de um integrante do alto escalão americano à ilha desde 1997, acirrando a tensão já elevada nas relações entre Pequim e Washington.

— Tudo o que está relacionado com essa viagem e uma possível visita a Taiwan é pura provocação. Isso agrava a situação na região e aumenta as tensões — declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Para Peskov, em vez de “tratar essa sensibilidade com respeito”, os EUA “estão escolhendo o caminho do confronto e nada de bom virá disso.”

— A extrema sensibilidade [de Pequim] a essa questão é compreensível e absolutamente justificada — destacou o porta-voz do Kremlin. — Queremos destacar mais uma vez que somos absolutamente solidários com a China.

A China considera Taiwan parte de seu território e alertou que uma visita de Pelosi seria considerada uma grave provocação, reafirmando que Washington “pagará o preço” caso isso ocorresse. Os EUA, como a maioria exceto 13 países, não reconhecem formalmente Taiwan como um Estado independente, embora mantenham ligações políticas com a ilha e forneçam armamentos.

Mais cedo, a Rússia acusou Washington de "desestabilizar o mundo" e provocar tensões a respeito de Taiwan. “Washington desestabiliza o mundo. Nem um único conflito solucionado nas últimas décadas, mas muitos provocados", afirmou no Telegram a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zajarova.

A declaração, divulgada após as advertências da China contra uma visita de Pelosi a Taiwan, pretende rebater as acusações do governo americano de que a Rússia provocou uma desestabilização com a ofensiva militar na Ucrânia.

Pelosi iniciou uma viagem por vários países asiáticos, que já a levou a Cingapura e Malásia, de onde partiu nesta terça às 15h42 (horário local), rumo a Taiwan, de acordo com o site de rastreamento Flightradar24. O itinerário inclui ainda escalas na Coreia do Sul e Japão.

A aproximação entre a Rússia e a China aumentou com a crise que levou à invasão da Ucrânia, que Moscou atribuiu à expansão da Otan para perto de suas fronteiras e à perspectiva de que a ex-república soviética entrasse nessa aliança militar ocidental, que é liderada pelos EUA.

Mesmo sem apoiar militarmente a Rússia na guerra na Ucrânia, a China endossa o argumento de Moscou quanto à violação de linhas vermelhas por Washington, e nesse sentido há um paralelo com Taiwan, que Pequim considera uma "província rebelde" desde que os nacionalistas se refugiaram na ilha depois de sua derrota na guerra civil, em 1949.

Em fevereiro, Moscou anunciou uma parceria “sem limites” com Pequim contra a expansão da Otan, a formação de blocos de segurança na região da Ásia-Pacífico, a “interferência em assuntos internos de países soberanos” e contra “revoluções coloridas”, termo usado pela Rússia para classificar movimentos políticos apoiados pelo Ocidente nos países que considera em sua área de influência.

"Interferência insolente"

A Coreia do Norte classificou a visita de Pelosi a Taiwan como uma "interferência insolente" dos EUA nos assuntos internos da China, informou a agência estatal nesta quarta-feira (noite de terça-feira no Brasil). Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do país disse que Pyongyang "apoia totalmente" a posição de Pequim e culpou Washington por aumentar as tensões na região.

"A interferência insolente dos Estados Unidos nos assuntos internos de outros países e suas provocações políticas e militares são a causa fundamental do assédio à paz e segurança na região", declarou o porta-voz em declaração publicada pela agência estatal KCNA. "Taiwan é uma parte inseparável da China e o tema Taiwan é um assunto interno da China", completou.

A China é aliada e benfeitora econômica da Coreia do Norte, com um relacionamento forjado na Guerra da Coreia, quando Mao Tsé-Tung enviou milhões de "voluntários" para combater as forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos. As relações flutuaram ao longo dos anos devido às crescentes ambições nucleares de Pyongyang, mas os dois lados trabalharam para consertar o relacionamento.

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