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Por Javier G. Cuesta e Luis de Vega, El País — Moscou

O decreto assinado nesta quarta-feira pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, abre as portas para uma mobilização geral na Rússia para enfrentar a contraofensiva lançada pelas forças ucranianas. Sete meses após o início da guerra e forçado pelos reveses sofridos no país vizinho, o presidente russo decretou uma medida tremendamente impopular.

Em seu pronunciamento, Putin especificou que a mobilização será de reservistas com experiência militar, algo que não consta no texto do decreto, de caráter mais geral e que poderia permitir um recrutamento mais amplo. Quase no fim da declaração, seu ministro da Defesa, Sergei Shoigu, estimou que 300 mil soldados serão inicialmente convocados, o que, segundo afirmou, equivale a "1,1% dos recursos que podem ser mobilizados".

O presidente também limitou o grupo que será afetado por esta medida:

— Só estarão sujeitos ao serviço militar obrigatório os cidadãos que se encontrem atualmente na reserva e, sobretudo, os que serviram nas Forças Armadas e tenham alguma especialidade militar.

De acordo com o decreto, no entanto, "qualquer pessoa pode ser convocada, exceto funcionários do complexo militar-industrial", afirmou a El País a cientista política Ekaterina Shulman.

Além disso, a norma sancionada por Putin indica que os contratos de combatentes que já estão lutando na Ucrânia, e que expirariam em breve, serão prolongados indefinidamente "até o fim do período de mobilização parcial".

A primeira onda de mobilizações incluirá soldados que tenham até 35 anos e suboficiais até 45 anos, conforme especificado pelo presidente da Comissão de Defesa da Duma [a câmara baixa do Parlamento russo], Andrei Kartapolov. Em comunicado, Kartapolov explicou que, além de tropas, o Ministério da Defesa atualmente está precisando de técnicos "como operadores de veículos aéreos não tripulados e especialistas em Inteligência".

Qualquer cidadão maior de 27 anos que já serviu nas Forças Armadas “ou tenha alguma especialidade militar” pode ser convocado como reservista, explicou o advogado Pavel Chikov. Além disso, como se trata de uma medida parcial, não afetará igualmente todos os russos.

— O Ministério da Defesa estabelecerá as cotas de mobilização para cada região da Rússia, e seus governadores serão responsáveis ​​por sua implementação — disse a El País o advogado e ativista de direitos humanos.

Putin também prometeu que os reservistas receberão "treinamento adicional" antes de serem enviados à frente de guerra. Eles só poderão evitar a convocação por motivos de idade, estado de saúde ou se tiverem sido condenados à prisão.

O objetivo do Kremlin também é impedir a recusa dos otkazniki, os opositores de consciência que até agora aproveitaram o vácuo legal para não irem à guerra porque não estavam vinculados por contrato. A Duma aprovou, na terça-feira, uma série de leis acrescentando os cenários de mobilização e estado de guerra ao código penal. A reforma punirá com vários anos de prisão casos de reservistas que não respondam ao chamado ou soldados que se recusem a lutar ou se rendam.

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