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Por AFP

Yevgeny Prigojin, um empresário ligado ao Kremlin, reconheceu nesta segunda-feira que fundou o grupo de mercenários Wagner para lutar na região do Donbass, no Leste da Ucrânia, em 2014. O magnata admitiu o envio de tropas a vários países do mundo, incluindo na América Latina e na África, e chamou o grupo de "pilar" dos interesses russos.

Prigojin fez a admissão em um comunicado, após a divulgação em redes sociais de um vídeo que o mostra aparentemente recrutando combatentes em um centro penitenciário da Rússia para enviá-los à frente de combate na Ucrânia. No momento, o Exército russo enfrenta dificuldades na invasão do país vizinho e o presidente Vladimir Putin ordenou na semana passada uma convocação parcial de reservistas.

Conhecido como o "cozinheiro de Putin", Yevgeny Prigojin foi durante anos um dos principais fornecedores da cozinha do Kremlin. A sua ligação com o Grupo Wagner era uma informação que já circulava há muito tempo entre as potências ocidentais e os meios de comunicação.

O Grupo Wagner, cuja presença foi documentada nos últimos oito anos em Ucrânia, Síria, Líbia e em áreas de conflito na República Centro-Africana e no Mali, é considerado um exército secreto de Putin. Além de promover os interesses do Kremlin, o grupo também mobiliza mercenários ao redor do mundo. O presidente russo sempre negou que o grupo trabalhe para o Kremlin.

"Pilar de nossa pátria"

Em uma publicação nas redes sociais de sua empresa Concord, o empresário afirma que fundou o grupo para enviar combatentes competentes ao Donbass, onde separatistas pró-Moscou atuam desde 2014, após a queda em Kiev de um governo aliado da Rússia .

"Foi naquele momento, em 1º de maio de 2014, que nasceu um grupo de patriotas que recebeu o nome de Grupo Tático do Batalhão Wagner", afirmou Prigojin no comunicado. "E, agora, uma confissão: estes jovens, estes heróis, defendendo o povo sírio, outros povos de países árabes, os desfavorecidos africanos e latino-americanos, se tornaram um pilar da nossa pátria", destacou.

O empresário, de 61 anos, é alvo de sanções da União Europeia, mas o Kremlin sempre negou qualquer vínculo com grupos paramilitares.

Entre as acusações contra Prigojin está a de comandar a "fábrica de trolls" que interferiu nas eleições presidenciais americanas de 2016, vencidas pelo republicano Donald Trump.

Ele também é alvo de sanções do governo dos Estados Unidos, que impuseram o bloqueio de qualquer ativo do empresário em seu sistema financeiro.

Em dezembro de 2016, o empresário foi recebido no Kremlin em uma cerimônia de homenagem aos "heróis" da Síria e posou para fotos com Putin.

As operações do Grupo Wagner são repletas de escândalos, tensões diplomáticas e acusações de abusos, em particular na Síria e na República Centro-Africana.

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