Mundo
PUBLICIDADE

Por O Globo

A Suécia foi às urnas neste domingo em disputadíssimas eleições para definir o governo do país pelos próximos quatro anos, em meio a um crescimento inédito da extrema direita e o predomínio de temas conservadores na campanha, como segurança e imigração, além da crise energética.

Os resultados da contagem de votos, com 95% das urnas apuradas, indicam que o bloco vencedor terá uma maioria justa no Parlamento. Segundo as autoridades eleitorais, o bloco opositor de direita, liderado pelo Partido Moderado de Ulf Kristersson, leva uma pequena vantagem sobre o bloco de esquerda da primeira-ministra social-democrata Magdalena Anderson.

De acordo com a apuração, a direita tem 49,8% dos votos, o suficiente para obter 175 cadeiras no Parlamento — o necessário para a maioria — contra 48,8% do bloco de esquerda, que ficaria com 174 cadeiras. Na manhã de segunda, menos de 60 mil votos de um total de 7,8 milhões separavam os dois, mas se o resultado se mantiver, a esquerda deixará o poder após oito anos.

As autoridades eleitorais, no entanto, só esperam ter a apuração fina na quarta-feira, quando os votos do exterior forem computados.

— A democracia sueca deve seguir seu curso. Todos os votos devem ser contados e esperaremos o resultado — disse a primeira-ministra Magdalena Andersson.

Semanas de negociação

Os resultados também apontam um crescimento significativo do Democratas da Suécia (SD), de extrema direita: maior vencedor da eleição, o partido acumula 20,7% dos votos, seu recorde histórico. Se esse resultado se confirmar, o SD se tornará, pela primeira vez, o segundo maior partido do país.

Por muito tempo considerado um pária político, o SD pode ser decisivo em um possível acordo com a direita tradicional no Parlamento e, portanto, para formar o governo.

— Diz muito sobre o quão distante nós chegamos. Do pequeno partido do qual todos riam para sermos hoje o segundo maior partido da Suécia — disse o líder do SD, Jimmie Åkesson, a apoiadores. — Nossa ambição é estar no governo — completou, apesar de o mais provável ser apenas um papel de apoio à nova maioria.

Sua prioridade número um, ele prometeu, seria “reduzir a criminalidade”, que ele liga à imigração. Quase um em cada quatro dos 10,3 milhões de habitantes do país tem raízes estrangeiras.

— Meu país mudou completamente, embora seja talvez o mais seguro do mundo — disse à AFP Ulrika, de 56 anos, eleitora do SD, atribuindo essa mudança “às outras culturas que chegam ao país”.

O cargo de primeiro-ministro na Suécia, tradicionalmente, cabe ao primeiro partido da aliança vencedora. No entanto, as formações da direita tradicional hesitam em ter ministros do SD, e mais ainda a deixá-los liderar o governo.

Independentemente dos resultados das urnas, as negociações que se seguirão devem durar semanas. O líder do Partido Moderado, Ulf Kristersson, disse na campanha que não tinha intenção de incluir o SD no Gabinete, buscando o apoio do partido de extrema direita apenas em votações no Parlamento, o que o líder do partido já deixou claro que não é seu objetivo. Além dos moderados e do SD, o bloco de direita é formado pelos partidos Democrata Cristão e Liberal Popular.

Já a primeira-ministra Magdalena Andersson se aliou aos partidos Verde e de Esquerda em busca de permanecer no cargo por um mandato de quatro anos. Ela terá a difícil tarefa de juntar em uma coalizão legendas que são opostas no campo ideológico, o Partido de Centro e o de Esquerda.

Em busca de um voto mais à direita, em meio a uma campanha dominada por temas que favorecem esse campo político, a premier adotou uma postura muito mais dura com os imigrantes. Várias reformas legislativas reduziram drasticamente as opções para obter o status de refugiado no país escandinavo.

Mais recente Próxima
Mais do Globo

'Os impactos das diferenças de humor que vivi na infância não se apagam, mas estamos tendo um encontro profundo agora, na velhice', conta a atriz no videocast 'Conversa vai, conversa vem'

Camila Pitanga fala sobre relação com a mãe, diagnosticada com transtorno de personalidade paranoide: 'Muito difícil'

Novo formato começou a ser aplicado neste sábado nas provas de 800m feminino e 1.500m masculino

Pela primeira vez na história das Olimpíadas, atletismo terá repescagem em Paris-2024; entenda

O investidor conta com 400 milhões de ações da dona do iPhone, que estão avaliadas em US$ 84,2 bilhões

Empresa de Warren Buffett se desfaz de quase metade das ações da Apple
Cadê os meus royalties?

Informação é do site The Information"

Novo chip de IA da Nvidia pode atrasar por falhas de design

Contra a França, Arthur Elias promoveu sete alterações em relação ao time que enfrentou a Espanha

Olimpíadas: Seleção brasileira teve escalações diferentes em todas as quatro partidas em Paris-2024

Atleta demonstra frequentemente nas redes sociais a rotina na carreira militar

Beatriz Souza: primeira medalhista de ouro do Brasil em Paris, é sargento do Exército e tem forte atuação nas Forças Armadas; saiba mais

Mesmo com a filha sendo a principal atleta a rivalizar pelo ouro com a americana, Rosa Santos fez questão de enterra quaisquer rumores de desavenças entre as duas

Olimpíadas 2024: Mãe de Rebeca afirma que nunca torceu para Biles cair: 'Eu a aplaudo em todas as execuções que ela faz'

Ex-velejador está empatado em número de pódios com a ginasta até o momento

Multicampeão na vela, Robert Scheidt celebra recordes de medalhas por Rebeca Andrade: 'Torci muito por ela e pelo Brasil'

Presidente licenciado do PSD em Minas Gerais e ministro de Minas e Energia chamou de 'oportunismo eleitoral' a presença dos adversários em 2022 no palanque de Mauro Tramonte (Republicanos) em BH

Em dia de encontro entre Kalil e Zema, Alexandre Silveira chama ex-prefeito de ingrato e alfineta os dois: 'Hipocrisia'