O presidente americano, Joe Biden, disse nesta quinta-feira que o risco de um "Armadegom" nuclear está no nível mais alto desde a Guerra Fria, enquanto as autoridades russas ameaçam utilizar armas nucleares depois de Moscou sofrer reveses na invasão da Ucrânia, que já dura oito meses.
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Falando em um evento de arrecadação de fundos do Partido Democrata em Nova York, Biden disse que o presidente russo, Vladimir Putin, é “um cara que conheço bastante bem” e que o líder russo “não está brincando quando fala sobre o uso de armas nucleares táticas, biológicas ou químicas".
— [Putin] não está de brincadeira quando ameaça usar armas nucleares — declarou. — Estamos tentando descobrir qual é a rampa de saída dele. Quando ele vai desistir? Em que momento se verá numa posição de perda não apenas de espaço, mas de poder significativo na Rússia?
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Biden destacou ainda que o mundo não enfrenta "um possível Armagedom" desde a Crise dos Mísseis, em 1962, quando os EUA descobriram que a União Soviética havia instalado mísseis nucleares em Cuba. O confronto de 13 dias foi televisionado e deixou o mundo à beira de uma guerra nuclear em grande escala durante a Guerra Fria.
No final de setembro, Putin fez uma ameaça velada de uso de armas atômicas, dizendo estar disposto a usar "todos os meios" em defesa do seu país, e acusou as potências ocidentais de pretenderem "enfraquecer, dividir e, no final das contas, destruir" a Rússia, superando "todos os limites em sua política agressiva".
— Gostaria de recordar aos que fazem esse tipo de declaração que nosso país também tem vários meios de destruição, alguns deles mais modernos que os dos países da Otan. Se a integridade territorial de nosso país for ameaçada, certamente usaremos todos os meios à nossa disposição para proteger a Rússia e nosso povo. Isso não é um blefe — afirmou na ocasião.
Na Bíblia, o Armagedom é descrito como a batalha final devastadora entre o bem e o mal, de Deus contra a sociedade humana corrompida.
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