Um ataque israelense deixou o Aeroporto Internacional de Damasco fora de serviço e causou a morte de quatro pessoas, entre elas dois soldados sírios, informou o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG que monitora o conflito na Síria e tem sede no Reino Unido. As atividades do aeroporto, contudo, puderam ser retomadas horas depois.
"Por volta das 2h de hoje (20h de domingo no Brasil), o inimigo israelense realizou um [ataque] aéreo com mísseis contra o Aeroporto Internacional de Damasco e arredores", informou a agência de notícia estatal síria Sana, citando uma fonte militar.
Esta é a segunda vez em sete meses que o aeroporto da capital síria, usado como base por milícias aliadas do Irã e por combatentes do movimento político-militar libanês Hezbollah, precisou parar de operar. A Sana confirmou a morte de dois soldados, mas o diretor do OSDH, Rami Abdul Rahman, disse à AFP que "quatro combatentes, incluindo dois soldados sírios, foram mortos".
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De acordo com Rahman, um paiol de armas dentro da base aérea teria sido atingido. Em um comunicado divulgado poucas horas após o incidente, o Ministério dos Transportes sírio anunciou a retomada dos voos e das operações no aeroporto a partir das 9h (3h de Brasília).
Suleyman Jalil, funcionário do ministério, disse à AFP que o serviço foi restabelecido em uma das pistas, e que a outra está passando por reparos após o ataque. Depois do incidente, disse ele, "vários voos com destino ao aeroporto de Damasco foram redirecionados para o aeroporto de Latakia", na costa mediterrânea do país.
Desde o início da guerra civil na Síria, em 2011, Israel realizou centenas de ataques aéreos no país vizinho contra tropas do governo, assim como seus aliados apoiados pelo Irã e combatentes do Hezbollah. Israel não costuma se pronunciar sobre ataques na Síria, mas já assinalou diversas vezes que não vai permitir que o Irã, seu arquirrival na região, se instale no país.
Pelo menos 3.825 pessoas morreram em 2022 na guerra da Síria, segundo números do OSDH, menos que os 3.882 do ano anterior. Depois de anos de combates mortais e bombardeios após a repressão brutal dos protestos antigovernamentais de 2011, o conflito sírio perdeu intensidade nos últimos três anos.