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Ao menos 17 pessoas foram mortas e mais de 40 ficaram feridas em confrontos entre policiais e manifestantes na noite de ontem no Peru, informou a Defensoria do Povo. Os enfrentamentos ocorreram nos arredores do aeroporto de Juliaca, na região de Puno (Sul), em meio a novos protestos e bloqueios de estradas em seis das 25 regiões do país, onde os manifestantes exigem a renúncia da presidente Dina Boluarte.
“Confirmamos hoje 12 mortes em Puno, durante confrontos com agentes da lei nas proximidades do aeroporto de Juliaca”, disse inicialmente à AFP uma fonte da Defensoria Pública de Lima. Mais tarde, mais dois mortos foram confirmados, incluindo um menor de idade.
As vítimas sofreram impactos de projéteis no corpo, explicou um responsável de saúde do hospital de Calos Monge, em declarações ao canal de televisão N. Aos menos 43 pessoas ficaram feridas, sendo 23 militares da Polícia Nacional do Peru.
— O que está acontecendo é um massacre entre os peruanos, peço que se acalmem, não se exponham — exclamou o prefeito de Juliaca, Oscar Cáceres, em um apelo desesperado à população durante entrevista à rádio loca La Decana.
O mundo em imagens nesta terça-feira
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Homem passa em frente à livraria anunciando o esperado lançamento de "Spare", a autobiografia do príncipe britânico Harry, em Londres. — Foto: JUSTIN TALLIS / AFP
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Mulher carrega um saco de farinha de trigo depois de comprar a preços controlados pelo governo em Islamabad, Paquistão — Foto: Aamir QURESHI / AFP
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Casa inundada em Gilroy, Califórnia, após forte chuva. — Foto: JOSH EDELSON / AFP
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Cliente na saída de um supermercado na área de Shimbashi, no centro de Tóquio — Foto: Richard A. Brooks / AFP
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Crianças afegãs brincam com um pneu ao longo de uma rua em Jalalabad. — Foto: AFP
Os violentos protestos desta segunda-feira aconteceram durante uma tentativa de ocupação do aeroporto de Juliaca, que está sob guarda policial e militar. Uma tentativa semelhante ocorreu no sábado.
Nove mortos já foram identificados: Yamilet Aroquipa Hancco, de 17 anos; Reynaldo Ilaquita Cruz, 19; Gabriel Omar López Amanqui, 35, que foi ferido com uma bala na cabeça quando se dirigia para casa; Nelson Uber Pilco Condori, 21; Roger Rolando Cayo Sacaca, Edgar Jorge Huaranca Choquehuanca e Cristian Mamani Hancco, de 22 anos; Marco Antonio Samillan Sancca, um médico residente de 31 anos; e Heder Jesús Luque Mamani, 38.
Puno, a região peruana aimará na fronteira com a Bolívia, tornou-se o epicentro dos protestos com uma greve por tempo indeterminado desde 4 de janeiro. De lá, uma marcha é organizada para a capital peruana que deve chegar na quinta-feira, conforme diversas convocações de grupos sociais, que reúnem principalmente camponeses.
Os protestos contra o governo de Dina Boluarte recomeçaram no dia 4 de janeiro, após uma breve pausa devido às festas de final de ano. Os manifestantes mantiveram nesta segunda-feira bloqueios de estradas em seis dos 24 departamentos (estados) do país, incluindo áreas turísticas como Puno, às margens do Lago Titicaca; Cusco, Arequipa, Madre de Dios, Tacna e Apurimac.
Na quinta-feira, um tribunal peruano ratificou a prisão preventiva de 18 meses para o ex-presidente Pedro Castillo, que está detido em uma prisão policial após sua tentativa fracassada de dar um autogolpe de Estado em 7 de dezembro.
Para a Defensoria do Povo peruana, o ex-presidente foi destituído constitucionalmente pelo Congresso e está recluso sob condições legais e sem complicações físicas. Sua queda provocou uma onda de protestos violentos em todo o país, que pedem a renúncia de Boluarte, o fechamento do Congresso e a antecipação das eleições para este ano.
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