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Por O Globo e agências internacionais — Washington

Dois anos após a invasão do Capitólio, o FBI, a polícia federal americana, ainda procura cerca de 350 pessoas que supostamente participaram do ato, incluindo mais de 250 que agrediram policiais, além do suspeito de ter plantado uma bomba caseira perto da sede do Congresso dos EUA um dia antes do ataque de 6 de janeiro de 2021. Naquele dia, apoiadores do então presidente Donald Trump invadiram o local numa tentativa fracassada de reverter sua derrota nas eleições presidenciais e impedir a certificação da vitória do democrata Joe Biden. Cinco pessoas, incluindo um policial, morreram, e mais de 140 policiais ficaram feridos.

Até o momento, já foram mais de 950 prisões nos últimos 24 meses, segundo o secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland. "Nosso trabalho não está concluído" (...), "continuamos determinados a processar todos os responsáveis ​​pelo ataque à nossa democracia (...) e comprometidos em fazer tudo ao nosso alcance para evitar que isso aconteça novamente", disse Garland em um comunicado divulgado na quarta-feira.

Segundo Garland, mais de 350 pessoas já foram condenadas por acusações variadas, enquanto 192 receberam sentenças de prisão. Além disso, até esta semana, foram realizadas "aproximadamente mil interrogatórios", "mais de 1.200 residências e empresas" foram visitadas e "mais de 39 mil arquivos de vídeo" foram coletados na investigação sobre a bomba caseira do dia anterior ao ataque, informou o FBI.

"Apesar do volume sem precedentes de revisão de dados envolvidos neste caso, o FBI e nossos parceiros continuam trabalhando incansavelmente para levar o perpetrador dessas perigosas tentativas de ataque à Justiça", disse David Sundberg, diretor assistente do Escritório de Campo do FBI em Washington, em outro comunicado na quarta.

Diante do quadro, o FBI voltou a pedir a ajuda da população para identificar os suspeitos foragidos. A recompensa para quem fornecer informações que levem à prisão de quem plantou a bomba caseira na noite de 5 de janeiro de 2021, perto do Congresso, que nunca explodiu, também foi aumentada de US$ 100 mil para US$ 500 mil (em torno de R$ 2,7 milhões).

Embora grande parte dos presos até o momento tenha enfrentado acusações menores de contravenção, que incluem a invasão de um prédio federal de ingresso restrito, alguns foram processados ​​por crimes mais graves, como conspiração sediciosa — a mais séria apresentada com relação aos incidentes no Capitólio, com pena máxima de 20 anos de prisão.

Os primeiros investigados por tal crime foram cinco membros da milícia de extrema direita Oath Keepers. O julgamento teve início em outubro passado e, em novembro, culminou na condenação do líder do grupo, Stewart Rhodes, e sua subordinada Kelly Meggs, que dirigia o braço da organização na Flórida. Segundo o advogado de Rhodes, Philip Linder, seu cliente e seus subordinados nunca planejaram um ataque contra o governo, pois acreditavam apenas estar agindo sob as ordens de Trump.

Ainda sem data definida, a sentença de Rhodes pode chegar a 60 anos de prisão por todas as acusações pelas quais foi condenado, incluindo a pena por sedição. Outros membros do Oath Keepers ainda enfrentam acusações na Justiça.

Separadamente, também foram acusados do mesmo crime que Rhodes o ex-líder nacional do grupo de extrema direita Proud Boys, Enrique Tarrio, e quatro outros membros da milícia antigovernamental. Preso em março passado, Tarrio, que não estava no local e nem participou diretamente da invasão, é acusado de liderar e coordenar o ataque ao Capitólio nos meses entre a eleição de novembro de 2020 e a invasão. O julgamento deve ter início nas próximas semanas.

Trump, por sua vez, vem enfrentando uma série de problemas legais desde que deixou o cargo. Em dezembro, o relatório final da comissão da Câmara que investigou o ataque concluiu que o ex-mandatário conspirou criminalmente "com várias partes" para anular os resultados legais das eleições de 2020 e não agiu para impedir que seus partidários atacassem a sede do Congresso.

A comissão então recomendou ao Departamento de Justiça que considere processar Trump criminalmente pelos crimes de insurreição, obstrução de procedimentos oficiais, conspiração para promover fraude e por fazer declarações falsas. Foi a primeira vez na História americana que o Congresso recomendou um processo criminal contra um ex-presidente. A comissão também recomendou ao Congresso impedir que Trump e seus aliados possam ocupar cargos políticos sob a 14ª Emenda da Constituição do país, que prevê o banimento de insurgentes.

O relatório final também recomenda processos criminais e civis contra cinco dos principais aliados de Trump. Mark Meadows, seu chefe de gabinete, e os advogados Rudolph W. Giuliani, John Eastman, Jeffrey Clark e Kenneth Chesebro foram apontados como potenciais "co-conspiradores" nas várias tentativas de Trump de se manter no poder e podem, caso sejam formalmente indiciados, ser sentenciados a longas penas de prisão.

O republicano, por sua vez, afirma que as acusações apresentadas contra ele pela comissão são "falsas", servindo como manobra para impedir sua candidatura presidencial em 2024.

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