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Por O Globo

A presidente do Peru, Dina Boluarte, pediu manifestações pacíficas e defendeu a necessidade de a população proteger a democracia nesta terça-feira, dois dias depois que caravanas de manifestantes partiram do interior para a capital, Lima, em mais um capítulo dos intensos protestos que convulsionam o país há cinco semanas e já deixaram ao menos 49 mortos e centenas de feridos.

— Sabemos que eles querem tomar Lima nos dias 18 e 19, por tudo que está aparecendo nas redes. Eu conclamo que tomem Lima, sim, mas na paz, com calma. Aguardo vocês na sede do governo para poder discutir as agendas sociais que vocês têm — declarou em seu discurso de abertura do ano legislativo, em referência às marchas convocadas para esses dias.

Na noite desta terça-feira, novos confrontos com as forças de segurança foram relatados na Praça San Martin, em Lima. Os agentes tiveram que lançar bombas de gás lacrimogêneo contra manifestantes para tentar conter a multidão, segundo o jornal local La República.

Milhares de manifestantes, a maioria de áreas do Sul do país, partiram para Lima nos últimos dias para engrossar a onda de protestos que começou em 7 de dezembro após a destituição do presidente esquerdista Pedro Castillo, preso após uma tentativa fracassada de autogolpe ao tentar dissolver o Congresso e governar por decreto.

As principais exigências dos manifestantes são, além da renúncia de Boluarte, eleições imediatas, fechamento do Congresso e a convocação de uma Constituinte. De acordo com o último estudo de opinião realizado pelo Instituto de Estudos Peruanos (IEP), 69% dos peruanos são a favor de uma assembleia constituinte, que se encarregaria de redigir uma nova Constituição no Peru.

Nesta terça, Boluarte também instou os dirigentes da oposição a pedirem calma aos manifestantes, em sua maioria camponeses e indígenas.

— Devemos defender a democracia. Não vamos continuar polarizando o país. Creio que os dirigentes, também da oposição ou não, têm a obrigação e o dever de apelar à calma, à paz e não conduzir nossas irmãs, nossos irmãos a esses protestos e à morte que nos comove e dói nossas almas — acrescentou. — O Estado de direito não pode ficar sujeito ao capricho ou ao deleite daqueles que desprezam a democracia e só fomentam a divisão, o confronto e o ódio entre os peruanos.

Até o momento, os distúrbios deixaram 50 mortos, incluindo 49 civis e um policial, que morreu queimado dentro de sua própria viatura. O governo declarou estado de emergência em Lima e nas regiões de Cusco, Callao e Puno, onde na semana passada houve um massacre que deixou 18 vítimas fatais. A polícia também recebeu instruções para manter a ordem pública e deter o avanço dos manifestantes em direção à capital.

Os primeiros a chegar a Lima foram camponeses da cidade de Andahuaylas, que viajaram em caminhões e carros nesta madrugada e se concentravam na praça Manco Cápac. Em Cusco, dezenas de camponeses em ônibus e caminhões partiram na noite de ontem para a capital, localizada a 1.100 km. Movimentos similares foram registrados na região de Puno.

Os bloqueios de rodovias continuam pautando o ritmo dos protestos. Nesta terça-feira, 94 trechos de 16 rodovias nacionais em oito das 25 regiões do país amanheceram interditados por bloqueios, três regiões a menos do que no fim de semana. Forças de ordem liberaram nesta madrugada um trecho da rodovia Panamericana Norte, que liga a capital a essas regiões.

Em Arequipa, moradores bloquearam com pedras e troncos a Panamericana Sul, que chega a Tacna, na fronteira com o Chile. Segundo o diretor do Conselho Nacional do Transporte Terrestre, Martín Ojeda, com esses novos bloqueios, 80% da frota de ônibus se encontrava paralisada.

— É preciso chamar à reflexão esses senhores, que, por motivos justos, saem e protestam pacificamente, em grande maioria. Contudo, bloquear rodovias, não permitir a entrada de caminhões que levam gás e combustível já deixa de ser um protesto pacífico — opinou a presidente peruana.

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