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Dezenas de cardeais, bispos e arcebispos participaram neste sábado do funeral do cardeal australiano George Pell, membro mais alto da Igreja Católica a ser preso por abuso sexual de menores. A cerimônia na Basílica de São Pedro, no Vaticano, durou cerca de uma hora e meia e foi conduzida pelo cardeal italiano Giovanni Battista Re, decano do Colégio dos Cardeais. O papa Francisco compareceu, em uma cadeira de rodas, para os minutos finais e a oração.
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Pell faleceu em Roma aos 81 anos na última terça-feira devido a complicações no coração após uma cirurgia no quadril. O cardeal ganhou notoriedade ao ocupar um dos cargos mais elevados do Vaticano, chegando a ser considerado o braço direito do papa Francisco e a terceira pessoa mais importante na Igreja, e ter sido o primeiro na posição a ser preso por abuso sexual de menores.
Em 2019, foi condenado a seis anos de prisão por abusar de dois coroinhas quando era arcebispo de Melbourne, na Austrália, onde foi fichado como infrator sexual. Após passar 12 meses na prisão, as condenações foram anuladas após um apelo do Supremo Tribunal australiano, que contestou a decisão inicial do júri.
— Foi uma experiência de grande sofrimento enfrentada com confiança na justiça de Deus, dando exemplo de como aceitar penas injustas com dignidade e paz interior — afirmou o cardeal Re em sua homília, classificando Pell como um "homem de Deus e da Igreja".
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No entanto, Daniel Andrews, primeiro-ministro de Victoria, região da Austrália onde nasceu o religioso, se recusou a realizar uma missa pública em memória do cardeal alegando que a cerimônia teria sido "profundamente repugnante" para as vítimas de abuso sexual.
— Não haverá memorial nem funeral no estado pois acredito que seja algo muito repugnante para todos os sobreviventes de abuso sexual infantil pela Igreja Católica — afirmou à imprensa.
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