Os novos mísseis de cruzeiro encomendados dos Estados Unidos pelo Japão — os Tomahawks — prometem reforçar o sistema de defesa do país, a fim de bater de frente com a China. Os armamentos, produzidos pelos americanos, podem ser lançados de navios ou submarinos. Difíceis de serem abatidos, os projéteis podem voar a baixas altitudes, além de emitirem pouco calor. Essas características dificultam, por exemplo, a detecção de exemplares por meio de infravermelho.
- Coreia do Norte: país dispara míssil balístico intercontinental no Mar do Japão
- Esfera misteriosa: o que se sabe sobre o objeto encontrado em praia do Japão
Esse tipo de projétil carrega menos explosivos que as bombas maiores, tipicamente lançadas de aviões tripulados. Equipado por um motor com combustível sólido, ele possui sistemas eletrônicos e programas de controle de voo, o que permite o chamado "voo inteligente". De forma tecnológica, o trajeto é guiado por GPS e conta com câmera infravermelho, responsáveis, dentre outras funções, pelos desvios de obstáculos naturais.
Esse modelo de míssil foi amplamente usado, em especial, durante a década de 1990. Eles ganharam força nos combates da Guerra do Golfo, no Iraque, e na Bósnia. Com alta precisão e longo alcance, são utilizados pelos Estados Unidos há mais de 20 anos.
De acordo com a BBC News, os Tomahawks conseguem atingir até 1,6 mil quilômetros de distância e chegar à velocidade de 885 km/h. Com isso, é possível obter a distância máxima em até duas horas de operação.
A compra de 400 unidades foi anunciada, nesta segunda-feira, pelo primeiro-ministro do país, Fumio Kishida. Sem revelar mais detalhes, ele informou ao comitê de orçamento da Câmara dos Deputados o plano de adquirir as armas.
Na sexta-feira passada, o governo japonês já havia divulgado a uma revisão radical da doutrina de defesa, afirmando precisar responder ao poderio militar da China. A decisão deixa para trás mais de 60 anos de uma política pacifista imposta pelos Estados Unidos depois da derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial. Na nova estratégia de segurança nacional, a China é descrita como "um grande e sem precedentes desafio estratégico".
Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY