Trump, ex-embaixadora da ONU e bilionário 'antiwoke': quem são os pré-candidatos republicanos à eleição de 2024

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Além de Haley e Ramaswamy, especulam-se também os nomes de ex-aliados de Trump na corrida pela indicação republicana, tais como o do atual governador da Flórida, Ron DeSantis — considerado o candidato mais forte para vencer o ex-presidente na disputa —, seu ex-vice Mike Pence, o senador pela Carolina do Sul, Tim Scott, e o ex-secretário de Estado Mike Pompeo. Nenhum deles ainda anunciou a candidatura, no entanto.

Ainda há um longo caminho a ser percorrido até que a indicação do partido para o pleito se oficialize. Veja quem são os três pré-candidatos republicanos até o momento.

O ex-presidente Donald Trump lançou oficialmente sua campanha em novembro passado, poucos dias após as últimas eleições legislativas e apesar dos apelos de alas do Partido Republicano para que ele voltasse atrás após o mau desempenho dos candidatos apoiados por ele no pleito.

— Há dois anos, quando deixei o cargo, os EUA estavam prontos para sua idade de ouro — disse Trump na ocasião em sua mansão na Flórida. — Para tornar a "América" grande e gloriosa novamente, esta noite anuncio a minha candidatura à Presidência dos Estados Unidos.

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Nascido em 14 de junho de 1946, no bairro nova-iorquino do Queens, Trump é o quarto dos cinco filhos de Fred Trump e Mary MacLeod. O candidato republicano graduou-se em 1964 na Academia Militar de Nova York, onde alcançou a patente de capitão. Em 1968, formou-se em Economia na Escola Wharton da Universidade da Pensilvânia.

A carreira de Trump ganhou visibilidade ao virar apresentador do reality show "The Apprentice" ("O Aprendiz"), em que os participantes concorriam a uma vaga em uma de suas empresas. Sua última empreitada foi, justamente, lançar candidatura à Presidência dos Estados Unidos pelo Partido Republicano, em 2016. Após vencer o pleito e desbancar a democrata Hillary Clinton, o magnata assumiu seu primeiro cargo na política.

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Hoje, Trump é alvo da comissão da Câmara que investiga o ataque ao Capitólio, em 6 janeiro de 2021, por trumpistas que queriam impedir a certificação da vitória de Joe Biden nas eleições de 2020, à qual o ex-presidente concorria para um segundo mandato.

Trump também é investigado pelo Departamento de Justiça por ter levado para Mar-a-Lago documentos da Presidência que deveriam ter sido entregues ao Arquivo Nacional, incluindo papeis com informações secretas envolvendo a segurança nacional.

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Uma das possíveis motivações do ex-presidente para buscar a Presidência é a imunidade do cargo, que poderia livrá-lo das investigações judiciais.

Embaixadora dos EUA na ONU durante o governo Trump, Haley, de 51 anos, é considerada uma figura em ascensão no Partido Republicano. Mais conhecida no cenário nacional por seguir a agenda de política externa do ex-presidente, a agora pré-candidata prometeu enfrentar adversários estrangeiros em seu anúncio, publicado nas redes sociais:

"Algumas pessoas olham para os EUA e veem vulnerabilidade. A esquerda socialista vê uma oportunidade de reescrever a história. China e Rússia estão em marcha. Todos eles acham que podemos ser intimidados, chutados para escanteio. Mas você deveria saber uma coisa sobre mim: eu não tolero valentões. E quando você chuta de volta, dói mais se você estiver usando saltos."

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Haley trabalhou como contadora no pequeno negócio da família antes de entrar para a política local. Em 2004, venceu uma disputa estadual contra um candidato que buscava reeleição e conseguiu se eleger para a Assembleia Legislativa da Carolina do Sul. Seis anos depois, foi eleita a primeira governadora mulher do estado. Em 2017, foi escolhida por Trump como embaixadora do país na ONU.

Dois anos depois, no entanto, renunciou voluntariamente ao cargo mas, ao contrário de muitos indicados por Trump, deixou o governo em bons termos com o presidente, sem escândalos ou críticas por parte da Casa Branca.

Dentro do partido, Haley ganhou uma reputação de sólida conservadora por sua capacidade de abordar questões de gênero e raça com mais credibilidade do que muitos de seus correligionários. E embora tenha criticado os republicanos por lançarem dúvidas infundadas sobre os resultados das eleições presidenciais de 2020, ela fez campanha para vários candidatos que apoiaram as falsas alegações de fraude eleitoral de Trump durante as eleições legislativas de 2022.

"Os EUA estão no meio de uma crise de identidade nacional. Temos fome de propósito em um momento em que a fé, o patriotismo e o trabalho duro estão em declínio. Abraçamos religiões seculares como 'climatismo', 'covidismo' e ideologia de gênero para satisfazer nossa necessidade de significado, mas não podemos responder o que significa ser americano." Assim começa o artigo autoral de Ramaswamy no Wall Street Journal, ao anunciar a sua candidatura.

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Nascido em Ohio, Ramaswamy é filho de imigrantes da Índia, foi uma criança superdotada na escola e teve uma curta carreira no rap enquanto estudava em Harvard. Ele é o fundador da Roivant Sciences, uma empresa de saúde apoiada pelo SoftBank, em 2014, e cofundador da Strive Asset Management, que conta com o apoio do bilionário fundador do PayPal, Peter Thiel.

Ramaswamy é autor de dois livros: "Nation of victims: identity politics, the death of merit, and the path back to excellence" ("Nação de vítimas: política de identidade, a morte do mérito e o caminho de volta à excelência", em tradução livre) e "Woke, Inc.: inside corporate America's social justice scam" (Woke, Inc.: por dentro do esquema de justiça social da América corporativa, em tradução livre).

Aos 37 anos, o ex-executivo de biotecnologia ganhou fama nos círculos da direita americana por se opor aos esforços corporativos de promover causas políticas, sociais e ambientais — os chamados "woke". Ele critica particularmente o investimento ambiental, social e de governança, ou ESG (na sigla em inglês), uma estrutura sob a qual as empresas financeiras consideram os efeitos sociais de longo prazo de suas decisões de investimento.

O pré-candidato, que não tem nenhuma experiência política, afirmou ao New York Times que o que o distingue dos outros republicanos que estão concorrendo, ou provavelmente concorrerão, é "uma visão de identidade nacional que dilui essas outras agendas à irrelevância". (Com El País e New York Times.)