O papa Francisco completa nesta segunda-feira uma década de pontificado, período marcado por sua popularidade entre os fiéis e pela resistência feroz dentro da Igreja Católica a seu projeto de reformas, mesmo que estas não questionem os pilares doutrinários. Assim que foi eleito papa, em 13 de março de 2013, o cardeal argentino Jorge Bergoglio mostrou seu desejo de ruptura, ao aparecer na varanda da basílica de São Pedro sem nenhum ornamento litúrgico.
Aos 86 anos, ele foi responsável por liderar uma série de reformas na Igreja Católica. O jesuíta sorridente e de linguajar franco representava um contraste com tímido Bento XVI, que havia renunciado ao cargo.
Francisco, o mais pop dos papas: veja fotos da trajetória do pontífice
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Das reformas à diplomacia, passando pelo combate à pedofilia, estas são as grandes linhas do seu pontificado.
13 de março de 2013
Eleito o 266º papa, sucessor de Bento XVI, que renunciou ao cargo. Escolhe o nome "Francisco", em referência a Francisco de Assis, santo padroeiro dos pobres.
8 de julho de 2013
Em Lampedusa, na Itália, porta de entrada dos migrantes africanos na Europa, critica "a globalização da indiferença". Em 2016, durante uma visita ao acampamento de migrantes de Lesbos, na Grécia, Francisco leva para o Vaticano três famílias de refugiados da Síria, 12 pessoas no total.
11 de julho de 2013
Anuncia a reforma do código penal do Vaticano para lutar contra a pedofilia e a corrupção na Igreja.
29 de julho de 2013
No retorno de uma viagem ao Brasil, o papa pronuncia uma frase que ganhou muito destaque na imprensa: "Se uma pessoa é gay e procura Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgar?".
Organiza no Vaticano uma reunião sobre as violências sexuais na Igreja.
12 de fevereiro de 2020
Descarta o projeto de padres casados e mulheres diaconisas na Amazônia, decepcionando os progressistas que esperavam uma mudança histórica.
27 de março de 2020
Pronuncia em plena pandemia de Covid-19 uma bênção "Urbi et Orbi" ("à cidade [de Roma] e ao mundo, a todo o universo", benção do papa na Páscoa e no Natal) sozinho em uma praça de São Pedro deserta.
24 de setembro de 2020
Destitui o cardeal italiano Angelo Becciu, acusado de desvio de fundos em uma operação imobiliária opaca do Vaticano, que abriu o caminho para um processo em 2021.
Um dia após a invasão da Ucrânia, Francisco faz uma visita incomum ao embaixador russo nas proximidades da Santa Sé. Desde então, insiste nos pedidos pela paz, mas é ignorado.
5 de junho de 2022
Entra em vigor uma nova Constituição apostólica que conclui a reorganização da Cúria e a descentralização da Igreja.
24 de julho de 2022
Inicia uma viagem ao Canadá para pedir perdão aos povos originários pelos abusos nos internatos administrados pela Igreja.
Imóvel em região descrita como ‘paradisíaca’ tinha regras para hóspedes, com auxílio do ex-galã e família: ‘Como residimos no imóvel, estamos 24h disponíveis’