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Nove integrantes do grupo Memorial, organização de direitos humanos que venceu o Prêmio Nobel da Paz em 2022, foram alvo de uma operação da polícia russa nesta segunda-feira, em um momento em que o Kremlin fecha o cerco às dissidências internas do país.
A Memorial confirmou que entre os alvos da operação policial estão o cofundador da ONG, Yan Rachinsky, e o copresidente Oleg Orlov — esse último alvo de um processo criminal por supostamente ter "desacreditado" o Exército da Rússia, de acordo com a organização.
O caso de Orlov, de acordo com a ONG, está relacionado com um processo criminal por "atividades públicas destinadas a desacreditar" as Forças Armadas russas. Essa acusação é apoiada por um artigo do Código Penal usado contra os críticos do conflito na Ucrânia, que pode render uma uma pena de prisão severa.
Ainda de acordo com a organização, no entanto, as demais buscas estão relacionadas com uma investigação aberta no início de março, que acusa a Memorial de "reabilitação do nazismo". A alegação é de que a ONG teria incluído na lista de vítimas da repressão soviética os nomes de três pessoas que teriam sido condenadas por "traição", ou por colaboração com o regime nazista.
Fundada em 1989, a Memorial documenta os crimes da URSS há mais de três décadas, com base em arquivos e exposições, pressionando o Estado a reconhecer sua responsabilidade. Este trabalho rendeu ao grupo o Nobel da Paz em 2022.
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