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Por O Globo com agências internacionais — Oslo

O número de ogivas nucleares operacionais aumentou, em 2022, de acordo com o relatório de uma ONG norueguesa. Cinco países respondem pelo incremento no número de ogivas prontas para uso, entre eles a Rússia, que possui o maior arsenal nuclear do mundo, com 5.889 ogivas desse tipo. China, Índia, Paquistão, e Coreia do Norte também registraram avanço no arsenal.

Pelos dados do relatório "Nuclear Weapons Ban Monitor", os nove países que têm armas atômicas entraram em 2023 com um arsenal global de 9.576 ogivas operacionais – o equivalente ao poder destrutivo de mais de 135 mil bombas de Hiroshima. Com isso, Estados Unidos, Rússia, Reino Unido, França, China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte e Israel, aparecem, em conjunto, com 136 ogivas operacionais a mais que no início do ano passado.

"Esse aumento é preocupante e dá continuidade a uma tendência iniciada em 2017", disse Grethe Lauglo Østern, responsável pela análise, no relatório.

Irã e Arábia Saudita são citados na pesquisa como países que causam preocupação, pelo risco de, caso o programa nuclear iraniano atinja o grau armamentista, os sauditas seguirem pelo mesmo caminho.

O relatório publicado pela ONG norueguesa Norsk Folkehjelp também aponta aumento dos temores de uma guerra atômica para os maiores níveis desde a Guerra Fria após a invasão da Ucrânia pela Rússia. A divulgação do relatório ocorre em um momento em que o governo russo usa ameaças de uso de armas atômicas no contexto da guerra com o país vizinho.

No sábado, o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a instalação de armas nucleares táticas na Bielorrússia, um país às portas da União Europeia e das fronteiras de países que integram a Otan — a aliança militar ocidental liderada pelos Estados Unidos.

— Não há nada incomum aqui. Os Estados Unidos fazem isso há décadas. Há muito tempo implantam armas nucleares táticas no território de seus aliados — disse Putin em entrevista transmitida pela televisão russa.

Analistas independentes dizem que os Estados Unidos têm armas "táticas" implantadas na Bélgica, Alemanha, Itália, Holanda e Turquia, segundo estimativas de vários analistas independentes.

O anúncio de Putin foi criticado pela Ucrânia e aliados ocidentais. A Otan considerou que "a retórica nuclear da Rússia é perigosa e irresponsável", e a União Europeia ameaçou Minsk com mais sanções.

Tendência global

O relatório também mostra que o estoque total de armas atômicas, que inclui as que foram desativadas, registrou queda em um ano. O total hoje é de 12.512 por causa da destruição de ogivas antigas, que estavam obsoletas, na Rússia e nos Estados Unidos. As duas potências têm, juntas, em torno de 89% do arsenal nuclear global.

O responsável pela pesquisa alerta que essa tendência de queda total também pode ser revertida, em pouco tempo, caso o número de ogivas operacionais continue avançando.

"O número total de armas nucleares no mundo logo aumentará pela primeira vez desde a Guerra Fria", acrescentou Lauglo Østern.

Das nove potências nucleares, apenas Israel não reconhece oficialmente sua capacidade atômica.

Os números confirmam a escalada nuclear que pode ser percebida, nos últimos anos, nas entrelinhas da geopolítica mundial. Em 2019, o então presidente americano, Donald Trump, anunciou a retirada do país de um tratado das Forças Nucleares de Alcance Intermediário, uma peça-chave na redução dos arsenais atômicos americanos e russos, durante a fase final da Guerra Fria.

Na época, Trump alegou que a Rússia violava o acordo — conhecido como Tratado INF — e que a China não sofria restrições semelhantes, o que deixaria os Estados Unidos em posição de desvantagem, proibidos de desenvolver novos mísseis de alcance intermediário enquanto seus rivais o faziam.

No relatório divulgado nesta quarta-feira, os pesquisadores lembram que o número de países que aderiram ao Tratado sobre a Proibição de Armas Nucleares (TPAN) chegou a 68, com outros 27 que assinaram, mas ainda não ratificaram o acordo. O tratado foi apresentado em uma conferência na sede das Nações Unidas, em Nova York, em 2017 e entrou em vigor em janeiro de 2021, mas nenhuma das potências nucleares assinou o acordo.

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