Seis membros da milícia de extrema direita Oath Keepers foram condenados, nesta segunda-feira, por acusações vinculadas à invasão do Capitólio em 6 de janeiro de 2021 por apoiadores do ex-presidente republicano Donald Trump. Desde o ataque, mais de 950 pessoas foram detidas, acusadas de causar destruição na sede do Congresso americano.
No terceiro julgamento concentrado no grupo — considerado fundamental no planejamento e na execução da invasão —, quatro integrantes foram considerados culpados de conspiração, por interromper a sessão de certificação presidencial na sede do Congresso, em Washington, o que lhes renderá sentenças de 20 anos de prisão.
Outros dois membros foram sentenciados por crimes menores. Os dois réus — Michael Greene, um veterano militar acusado de ser o "líder da operação" do grupo em 6 de janeiro, e Bennie Parker — não entraram no Capitólio, mas faziam parte da conspiração, segundo os promotores.
Embora os seis réus neste caso sejam acusados de trabalhar com outros Oath Keepers que foram condenados por conspiração sediciosa, nenhum deles enfrentava essa acusação. Em vez disso, foram acusados de conspirar para obstruir um processo oficial, que tem menos peso politicamente, mas resulta na mesma sentença máxima de 20 anos de prisão.
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Apoiadores do então presidente Donald Trump invadiram a sede do Congresso americano em 6 de janeiro de 2021
Vários outros membros e afiliados do Oath Keepers já foram condenados por júris em Washington, por conspiração sediciosa, incluindo o líder do grupo, Stewart Rhodes. Conspiração sediciosa é a acusação mais séria apresentada até agora em qualquer um dos 900 casos criminais decorrentes da vasta investigação do ataque, inquérito que ainda pode resultar em dezenas, senão centenas, de prisões adicionais. A pena máxima é de 20 anos de prisão. Até agora, 14 pessoas foram acusadas por sedição — nove membros dos Oath Keepers e cinco do Proud Boys.
Durante o julgamento, os réus alegaram que esperavam que Trump invocasse a Lei de Insurreição, uma legislação de 1807 que dá ao presidente poderes de pôr militares nas ruas para cessar distúrbios ou emergências. Por isso, teriam ido armados para as ruas de Washington no dia em que o Congresso realizava uma sessão conjunta para certificar a vitória de Joe Biden, etapa derradeira antes da posse.
No mesmo tribunal, promotores federais encerraram, também nesta segunda, as deliberação em outro julgamento contra os cinco membros dos Proud Boys acusados de conspiração sediciosa pela participação na invasão. Os promotores apresentaram evidências ao júri que mostram que quatro membros do grupo — Enrique Tarrio, Ethan Nordean, Joseph Biggs e Zachary Rehl — encorajaram outros membros a agir violentamente no Capitólio naquele dia.
No fim de semana, o próprio Trump disse que ele seria preso nesta terça-feira, e pediu que seus apoiadores fossem às ruas para defendê-lo. O caso, no entanto, envolve outra acusação. A retórica usada por Trump não foi muito diferente da que ele usava ao repetir as falsas acusações de fraude após a eleição de 2020. "O principal candidato republicano e ex-presidente dos Estados Unidos será preso na terça-feira da próxima semana. Proteste, recupere nossa nação!", escreveu Trump, em letras maiúsculas.
Trump referiu-se a si mesmo na publicação como "o principal candidato republicano", mas ainda não oficializou sua pré-candidatura pelo partido. Uma acusação ou mesmo uma condenação criminal não impediria Trump de continuar sua campanha se ele assim o desejasse. Mas uma hipotética prisão de Trump certamente complicaria sua disputa pela nomeação republicana no ano que vem.
Segundo o monitoramento da firma Morning Consult, ele é o favorito dentro do partido, com 52% de intenção de voto entre os filiados do partido, contra 28% do governador da Flórida, Ron DeSantis. É um sinal positivo para o ex-presidente, apesar de o processo de escolha, contudo, não ser por votação direta, mas por primárias nos estados — cada unidade federativa tem um número de delegados, que os representam na convenção partidária que confirma a candidatura.
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