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Por O Globo e AFP

Um adolescente palestino e uma britânica de origem israelense morreram nesta segunda em meio a escalada da violência no Oriente Médio. A mulher faleceu decorrência dos ferimentos provocados pelo ataque em Jericó, na Cisjordânia ocupada, na última sexta-feira, no qual suas duas filhas também morreram. Já o jovem foi alvejado pelas tropas israelenses nesta segunda-feira em um campo para refugiados próximo ao local onde a família sofreu o atentado, informaram autoridades palestinas.

Em nota, o Exército israelense confirmou a operação militar no campo para refugiados onde o adolescente morreu. A ação acontece no dia seguinte aos funerais de duas jovens israelenses, de 16 e 20 anos, após o carro onde elas e sua mãe — morta nesta segunda-feira — ser alvo de um ataque a tiros por combatentes palestinos na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967. A polícia israelense faz uma caçada aos agressores.

"Anunciamos com tristeza a morte de Lucy (Leah) Dee, vítima do ataque mortal no vale [do Jordão] na sexta", indicou o hospital Hadassah em comunicado. "Infelizmente, apesar dos intensos e contínuos esforços, devido a suas feridas críticas, a equipe teve que confirmar sua morte hoje", acrescentou.

Também na sexta-feira, um suposto ataque deixou um turista morto e outros cinco feridos após um homem atirar e atropelar as vítimas no calçadão da praia de Tel Aviv, que estava bem movimentado por causa do feriado da Páscoa.

Gatilho para o conflito

A tensão aumentou na região na última semana depois que forças israelenses invadiram violentamente a mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém, na quarta-feira, para expulsar fiéis palestinos. Mais de 350 pessoas foram presas durante a operação, que ocorreu às vésperas da Páscoa judaica e durante o mês do Ramadã muçulmano. O local é o terceiro lugar mais sagrado do Islã e o mais importante do judaísmo, no qual é conhecido como Monte do Templo.

Em resposta à intervenção, mais de 30 foguetes foram lançados do sul do Líbano na quinta-feira — o maior ataque do tipo vindo de Gaza e do sul do Líbano desde a guerra travada em 2006 entre Israel e o Hezbollah, partido político libanês que tem um braço armado. Segundo o Exército israelense, os ataques teriam sido promovidos por combatentes ligados ao grupo palestino Hamas, que controla a Faixa de Gaza, ou à Jihad Islâmica. Contudo, até o momento a autoria não foi reivindicada.

Israel respondeu com bombardeios no sul do Líbano e na Faixa de Gaza e mobilização de unidades policiais da reserva, além de reforços militares. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, prometeu nesta segunda-feira "restaurar a segurança" do país atuando em "todas as frentes".

No sábado, o Exército israelense informou que três foguetes foram disparados da Síria nas Colinas de Golã — território sírio anexado por Israel em 1967. Em nota, os oficiais afirmaram que um dos foguetes caiu em um terreno baldio, sem dar mais detalhes.

— Não permitiremos que o Hamas terrorista se estabeleça no Líbano — declarou Netanyahu, após o Exército israelense acusar o movimento palestino de estar por trás do ataque de foguetes na quinta-feira.

O premier israelense também anunciou nesta segunda que manterá no cargo seu ministro da Defesa, Yoav Gallant, cuja saída havia sido anunciada em março por divergências políticas.

— Houve conflitos entre nós, inclusive disputas difíceis sobre alguns temas, mas decidi deixar essas brigas de lado — afirmou. — Gallant permanece em seu posto e seguiremos trabalhando juntos para a segurança dos cidadãos de Israel.

Desde o início do ano, o conflito israelense-palestino custou a vida de, ao menos, 94 palestinos, 19 israelenses, uma ucraniana e um italiano, segundo uma contagem da AFP baseada em fontes oficiais. Os números incluem combatentes e civis, inclusive menores, no lado palestino; e civis, incluídos menores e três membros da minoria árabe, no lado israelense.

Ocupação de assentamentos

Enquanto isso, centenas de israelenses participaram nesta segunda de uma marcha próximo a Eviatar, assentamento não reconhecido pelas autoridades israelenses, para exigir sua legalizado, informou a AFP. Vários ministros e deputados do país — cujo Parlamento é o mais alinhado à extrema direita da história — participaram do protesto, entre eles o da Segurança Pública, Itamar Ben Gvir.

Em resposta, palestinos protestaram nesta segunda-feira no povoado de Beita, vizinho de Eviatar, contra a marcha pró-ocupação judaica. Em 2021, o Exército israelense matou a tiros vários palestinos que viviam na região durante protestos contra a instalação do assentamento.

Na véspera da posse, em dezembro passado, Netanyahu anunciou que a expansão de assentamentos na Cisjordânia ocupada seria uma prioridade do seu governo. Na época, o seu partido emitiu um comunicado em que defendeu o "direito exclusivo e inalienável [do povo judeu] a todas as partes do território de Israel".

A política de assentamentos em territórios ocupados teve início em 1967, logo após a Guerra dos Seis Dias, quando Israel ocupou a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, a Península do Sinai, a Faixa de Gaza e as Colinas de Golã. Em 1978, após o acordo de paz com o Egito, o Sinai foi devolvido e, em 2005, ocorreu a saída de todos os colonos de Gaza.

Na Cisjordânia, porém, o ritmo de novos assentamentos se intensificou: nas últimas duas décadas, o número de colonos no território e no setor árabe de Jerusalém mais que dobrou. Apenas na Cisjordânia, estima-se que hoje haja cerca de 475 mil colonos nas comunidades consideradas ilegais pelo direito internacional.

Segundo a ONU, a expansão dos assentamentos fere o direito dos palestinos, com violações como confisco de terras, severas restrições à liberdade de movimento e discriminação racial e étnica.

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