A China afirmou, nesta segunda-feira, que concluiu "com sucesso" os exercícios militares em torno de Taiwan, após três dias de manobras. O governo do país, que reivindica a soberania do território taiwanês há décadas, afirmou que a operação foi uma resposta ao encontro da presidente taiwanesa com o presidente da Câmara dos Estados Unidos. Tsai Ing-wen se reuniu com o republicano Kevin McCarthy durante uma viagem de 10 dias feita às Américas. Veja abaixo algumas das armas usadas pelo exército chinês.
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Aviões militares
A China implantou dezenas de aeronaves no espaço aéreo em torno de Taiwan, como caças J-16 e J-10C. Esses primeiros, projetados pela fabricante chinesa Shenyang Aircraft Corporation, são capazes de transportar mísseis de combate de curto alcance, bem como armas de longo alcance, de acordo com o jornal estatal Global Times. Eles já foram usados em ataques chineses na Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan (ADIZ, na sigla em inglês).
Segundo especialistas, os J-16 são os aviões de combate preferidos do exército chinês para testar a defesa aérea taiwanesa. As manobras deste fim de semana também incluíram aeronaves de alerta e vigilância KJ-500, que têm cobertura de radar de 360 graus, segundo a Janes, empresa especializada em informações militares.
A mídia estatal também noticiou a implantação de jatos Y-8, capazes de detectar submarinos, modelo já utilizado para patrulhamento no Mar da China Oriental.
Já os caças H-6K são veículos militares projetados para ataques de longo alcance. Estes são os exemplares mais recentes e atualizados do bombardeiro Xian H-6 e podem transportar até seis mísseis de cruzeiro do modelo YJ-12. Com capacidade nuclear, esta é uma versão inspirada no design da aeronave russa de médio alcance Tupolev Tu-16, segundo a rede Televisão Central da China (CCTV).
Porta-aviões
O porta-aviões "Shandong" é um dos dois porta-aviões chineses e o único construído inteiramente na China. Ele entrou em operação em dezembro de 2019. Apesar disso, segundo declarações de militares nesta segunda-feira, esta é a primeira vez que o exemplar participa em testes que incluem o cerco de Taiwan.
A China também enviou contratorpedeiros e fragatas para Taiwan, e o Ministério da Defesa taiwanês disse na segunda-feira que detectou 12 navios chineses ao redor da ilha. O arsenal inclui contratorpedeiros 052C e fragatas 054A.
O modelo 054A foi projetado para combate antiaéreo e equipado com mísseis terra-ar de alcance intermediário HQ-16, capazes de atingir alvos a 50 quilômetros de distância, segundo a revista de defesa Naval Technology.
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Mísseis
Os militares chineses também usaram mísseis YJ-12B que atingiram navios em um exercício simulado de fogo contra Taiwan. Há poucas informações sobre esse modelo, uma versão terrestre do míssil supersônico YJ-12, com alcance de 460 quilômetros e capacidade para transportar bombas nucleares e convencionais, segundo a organização norte-americana Missile Defense Advocacy Alliance.
Os mísseis balísticos convencionais de curto alcance DF-11 e DF-15 também foram utilizados nos exercícios. De acordo com o Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais de Washington, os dois modelos estão em uso há décadas, sendo o mais recente, o DF-15, capaz de “alcançar Taiwan, a Península Coreana e o norte da Índia a partir da China continental”.
O míssil balístico de curto alcance DF-11 foi desenvolvido no final dos anos 1980. A versão original alcança alvos com até 300 km de distância e pode ser lançada com menos de uma hora de preparação, mas há uma atualização que permite atingir alvos a até 850 km. De acordo com autoridades taiwanesas, 11 mísseis como esse foram disparados em águas ao norte, sul e leste da ilha. Os lançamentos foram os primeiros realizados pelos chineses na região desde 1996.
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