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Por AFP — Bogotá

O opositor venezuelano Juan Guaidó foi forçado a deixar a Colômbia, nesta segunda-feira, após cruzar a fronteira entre os dois países a pé. Guaidó havia chegado horas antes para uma conferência internacional sobre a Venezuela, que começa nesta terça, em Bogotá. Sem convite para a cúpula, o opositor dizia levar uma série de pedidos de representantes de 20 países, incluindo os Estados Unidos, que se reunirão esta tarde.

Horas após o incidente, a Chancelaria da Colômbia publicou um comunicado informando que Guaidó estava em Bogotá de forma irregular. O presidente colombiano,Gustavo Petro, também se manifestou e disse que o político da oposição "não foi expulso", mas não precisava entrar ilegalmente no país". Assim como Guaidó, o presidente Nicolás Maduro também não foi convidado para a reunião.

“Era só entrar com seu passaporte e pedir asilo. Eu teria oferecido com prazer. Você não precisa entrar no país ilegalmente. Foi oferecida uma autorização de trânsito, ele não foi deportado para o seu país e com a autorização dos Estados Unidos voou para aquele país”, escreveu o presidente colombiano.

Segundo a Chancelaria colombiana, Guaidó foi conduzido ao aeroporto El Dorado "com o objetivo de verificar a sua saída em linha aérea comercial com destino aos Estados Unidos, durante a noite", diz a nota, publicada no Twitter.

Guaidó, por sua vez, publicou um vídeo afirmando que estava deixando a Colômbia devido a ameaças de Maduro contra ele e sua família. Segundo o opositor, as ameaças "se espalharam para a Colômbia". Já em Miami, Guaidó voltou a dizer à mídia local que estava "muito preocupado" com sua família e sua equipe de trabalho.

— Infelizmente hoje também devo dizer que a perseguição foi sentida na Colômbia.

O opositor anunciara sua chegada à Colômbia na manhã de segunda-feira, um dia antes da conferência convocada pelo presidente Gustavo Petro para destravar as negociações que começaram na Cidade do México, em agosto de 2021, mas que chegaram a um impasse em novembro.

"Acabo de chegar à Colômbia, da mesma forma que milhões de venezuelanos fizeram antes de mim, a pé", disse Guaidó, em comunicado. "Espero que a cúpula possa garantir que o regime de Maduro volte à mesa de negociações no México e que um cronograma confiável para eleições livres e justas seja acordado como solução para o conflito".

O líder oposicionista chegou a ser reconhecido como presidente interino da Venezuela pelos Estados Unidos e mais 50 países, incluindo o Brasil, do início de 2019 até janeiro de 2023. Mas, após uma tentativa fracassada de tirar Maduro do poder a qualquer custo, o opositor acabou perdendo legitimidade interna e externamente.

Um protesto contra Maduro foi convocado para esta terça-feira na Praça de Bolívar, próxima ao local da cúpula. Cerca de 2,4 milhões de venezuelanos, dos 6,8 milhões que fugiram da crise, vivem na Colômbia, segundo a ONU.

Cúpula com 20 delegações

A cúpula, que reunirá cerca de 20 delegações da América Latina, América do Norte e Europa, busca trazer Maduro de volta à mesa de negociações, assim como a oposição, que denuncia fraudes nas eleições presidenciais de 2018, perseguição judicial e falta de garantias para participar das eleições do ano que vem, nas quais Maduro buscará sua segunda reeleição.

As últimas negociações entre o governo venezuelano e a oposição, na Cidade do México, começaram em agosto de 2021 e terminaram em novembro do ano seguinte, com um único acordo sobre a liberação de cerca de 3 bilhões de dólares (R$ 15,8 bilhões, na cotação da época) bloqueados por sanções que nunca se concretizaram.

A Colômbia foi o principal aliado de Guaidó na região durante o governo do direitista Iván Duque (2018-2022). O ex-presidente rompeu relações diplomáticas com a Venezuela e aliou-se ao seu homólogo americano Donald Trump (2017-2021), entre cinquenta outros presidentes, para pressionar a saída de Maduro.

— Agora Petro dá um respiro nas relações internacionais na Venezuela— afirma Pedro Benítez, especialista da Universidade Central do país.

Txomin Las Heras, do Observatório da Venezuela da Universidade do Rosário em Bogotá, lembra que Petro se reuniu quatro vezes com Maduro desde sua posse em agosto, além de reabrir a fronteira entre os países.

— Ele demonstrou interesse pessoal em influenciar a resolução da crise venezuelana.

A reunião em Bogotá também pode significar um respiro para Petro, em um momento de incerteza sobre as negociações de paz com os grupos armados e quando suas ambiciosas reformas avançam lentamente no Congresso, concordam os especialistas.

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