A Casa Branca anunciou nesta quarta-feira uma nova ajuda militar para a Ucrânia, enquanto o país se prepara para uma contraofensiva contra a invasão russa. Segundo a porta-voz Karine Jean-Pierre, o pacote inclui munição para o sistema de foguetes múltiplos Himars e projéteis de artilharia. Os detalhes serão divulgados mais tarde pelo Pentágono.
— Como parte de nossos esforços contínuos para ajudar a Ucrânia a se defender contra a invasão brutal da Rússia, [o pacote] incluirá mais munição para sistemas de foguetes Himars fornecidos pelos EUA e sistemas antiblindados, bem como projéteis de artilharia adicionais — declarou.
O anúncio coincide com o recebimento pela Ucrânia de seus primeiros sistemas de defesa aérea American Patriot e dos tanques leves de batalha franceses AMX-10.
Os países ocidentais também planejam fornecer tanques a Kiev, sobretudo para a contraofensiva nos próximos meses, que tem o objetivo de reconquistar os territórios ocupados pelos russos no leste e no sul do país.
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Os Estados Unidos estão liderando um esforço sem precedentes junto aos membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), a aliança militar comandada por Washington, e a outros países aliados para fornecer armas e outros tipos de ajuda à Ucrânia, enquanto o país se defende de um ataque russo iniciado em fevereiro de 2022.
Moscou, por sua vez, denunciou a intervenção de Washington no conflito, sugerindo que a Otan está travando uma guerra contra a Rússia em solo ucraniano.
Recentemente, o Pentágono alertou Kiev contra o desperdício de munição após vários dias de disparos ininterruptos, disseram duas autoridades dos EUA, destacando a tensão entre a decisão da Ucrânia de defender Bakhmut a todo custo e suas esperanças de retomar o território na primavera.
Os aliados da Ucrânia não têm munição suficiente para acompanhar o ritmo dos disparos, e seus estoques estão criticamente baixos, segundo um alto funcionário da defesa americana. Os fabricantes ocidentais estão aumentando a produção, mas levará muitos meses para que novos suprimentos comecem a atender a demanda.
Isso coloca Kiev em uma posição cada vez mais perigosa: suas tropas provavelmente terão uma oportunidade significativa este ano para partir para a ofensiva, repelir as forças russas e retomar as terras que foram ocupadas após o início da invasão, no ano passado. Mas elas provavelmente terão de fazer isso enquanto lutam contra a persistente falta de munição.
Além disso, a artilharia se tornou a principal arma de guerra na Ucrânia, incluindo obuses e morteiros. Ambos os lados têm poderosos sistemas antiaéreos, então a luta é travada em grande parte no solo. À medida que a guerra de um ano continua, um fator importante para quem persevera é qual lado tem munição e tropas suficientes.
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O Pentágono estimou em março que a Ucrânia disparava vários milhares de projéteis de artilharia por dia na linha de frente de quase 1 mil km, incluindo Bakhmut, onde as forças de Moscou controlam cerca de metade da cidade e invadem as linhas de abastecimento que os ucranianos precisam para defender o resto.
Os Estados Unidos esperam produzir 90 mil projéteis de artilharia por mês, mas isso provavelmente levará dois anos. A União Europeia está reunindo recursos para fabricar e comprar cerca de um milhão de projéteis. Isso também levará tempo. E uma força-tarefa secreta britânica lidera um esforço para encontrar e comprar munição de estilo soviético, da qual a Ucrânia depende majoritariamente. (Com The New York Times)
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