O grupo paramilitar russo Wagner afirmou, nesta segunda-feira, ter tomado "no sentido legal" a cidade ucraniana de Bakhmut, onde Moscou tem travado a batalha mais longa da Guerra da Ucrânia. Segundo os milicianos russos, o edifício da Câmara Municipal foi ocupado.
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Wagner apoiou as tropas russas em sua ofensiva para cercar Bakhmut, um local no qual tanto a Ucrânia quanto a Rússia investiram enormes esforços, apesar de analistas considerá-lo de pouco valor estratégico.
"No sentido legal, Bakhmut foi tomado. O inimigo está concentrado nas áreas ocidentais", disse Yevgeny Prigozhin, em seu canal no Telegram. Em 20 de março, Prigozhin disse que Wagner já controlava 70% da cidade.
No entanto, horas antes do anúncio de Prigozhin, o Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia postou, no Facebook, que “o inimigo não parou seu ataque a Bakhmut.
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Também na noite de domingo, o presidente Volodymyr Zelensky elogiou a atual defesa das tropas ucranianas na cidade, a maior parte em ruínas.
"Sou grato aos nossos guerreiros que estão lutando perto de Avdiivka, Marinka, de Bakhmut (...) Especialmente em Bakhmut! Hoje está especialmente quente lá", disse Zelensky em um post no Telegram.
Ataque massivo
Também no domingo, a cerca de 27 quilômetros de Bakhmut, em Konstantinovka, bombardeios russos deixaram seis mortos - três homens e três mulheres - e onze feridos, anunciaram autoridades ucranianas.
A polícia afirmou que a Rússia realizou um "ataque maciço" pela manhã, envolvendo um total de seis mísseis S-300 e Hurricane.
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"Dezesseis prédios de apartamentos, oito residências particulares, um jardim de infância, um prédio administrativo, três carros e um gasoduto" foram afetados, acrescentou.
Lilia, uma estudante de psicologia de 19 anos e moradora de um dos prédios danificados, ficou "chocada". "Tenho muita sorte de não estar em casa neste momento", disse à AFP.
A Rússia "continua a concentrar a maior parte de seus esforços em ações ofensivas nos setores de Lyman, Bakhmut Avdiivka e Marinka", informou o Estado-Maior do Exército ucraniano, assegurando que "numerosos ataques inimigos contra Bakhmut" foram repelidos.