O chanceler Mauro Vieira rechaçou a afirmação da Casa Branca de que o Brasil está repetindo a propaganda da Rússia, ao dizer que os Estados Unidos e a União Europeia querem a guerra entre russos e ucranianos. Vieira afirmou não concordar com essa visão do governo americano.
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Mais cedo, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, criticou declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que culpou potências ocidentais pelo prolongamento da guerra entre Rússia e Ucrânia.
Inicialmente, Mauro Vieira disse que não tinha ouvido a declaração da Casa Branca sobre o tema e argumentou que Brasil e Rússia tinham uma longa relação.
— Não posso dizer nada, porque não ouvi e não sei do que se trata. Só posso dizer que o Brasil e a Rússia completam este ano 195 anos de relações diplomáticas com embaixadores residentes. São dois países que têm uma história em comum — disse.
Em seguida, ao ser informado por jornalistas sobre o teor da declaração da Casa Branca rebateu:
— Não concordo de forma alguma (com a declaração) , não sei como, por que (o porta-voz) chegou a essa conclusão. Desconheço as razões pelas quais disse– afirmou Vieira.
O chanceler destacou que o Brasil completa 195 anos de relações diplomáticas com a Rússia neste ano.
'As visões do Brasil e da Rússia são similares', afirma chanceler russo
Perguntado se ele concorda com a declaração de Lavrov, de que Brasil e Rússia têm visões similares e comuns a respeito da situação no Leste Europeu, Vieira respondeu:
— A conversa, tanto comigo como com o presidente Lula, não entrou em quadro de guerra. Falamos sobre paz. O presidente reiterou que o Brasil está disposto a cooperar com a paz.
Mauro Vieira participou, nesta segunda-feira, de uma reunião com o chanceler russo Sergey Lavrov e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio da Alvorada. Segundo ele, foi uma visita de cortesia de Lavrov a Lula.
— Lavrov foi portador de uma carta do presidente Vladimir Putin convidando o presidente Lula para ir a Rússia participar do fórum econômico de São Petersburgo — disse Vieira, acrescentando que o evento acontece, normalmente, no mês de junho.
Lavrov deixará Brasília na manhã desta terça-feira. O chanceler russo viajará à Venezuela, à Nicarágua e à Cuba antes de voltar para seu país.
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