Após sucessivas falhas em testes com um míssil hipersônico fabricado pela Lockheed Martin, a Força Aérea americana anunciou que não vai mais comprar a arma de resposta rápida AGM-183A ARRW (sigla em inglês para Arma de Reação Rápida Lançada do Ar, mas que soa como "flecha"). A arma seria a principal aposta dos EUA.
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Em dezembro, um teste foi bem-sucedido. Além de atingir velocidade cinco vezes maior do que a do som, esse tipo de projétil não tem trajetória fixa, o que torna mais difícil que seja detectado por radares da defesa do inimigo. Testes anteriores já haviam sido feitos com o míssil AGM-183A.
Veja imagens do míssil abaixo, divulgadas pela Lockheed Martin, empresa responsável pela fabricação do armamento:
O modelo era a aposta central do governo americano que havia concedido um contrato de US$ 480 milhões (equivalentes a US$ 574 milhões hoje, ou R$ 2,9 bilhões) à Lockheed Martin em 2018 para seu desenvolvimento.
O cancelamento foi informado em um documento enviado ao Congresso americano pelo secretário assistente de Aquisições da Força, Andrew Hunter, que não detalha a natureza dos problemas.
Os mísseis hipersônicos recebem esse nome por conseguirem atingir velocidades até mais de cinco vezes superiores à velocidade do som. Ao atingir 1.200 km/h, um objeto em alta velocidade produz uma onda de som, denominada estrondo sônico. Essa é a velocidade do som, chamada de Mach 1. Ao se atingir pelo menos cinco vezes esse valor, Mach 5, considera-se que o objeto se locomove em velocidade hipersônica.
Outros projéteis têm capacidade de atingir a mesma velocidade, mas a diferença dos novos modelos de mísseis hipersônicos é que eles não seguem uma trajetória previsível. Mísseis convencionais tendem a seguir uma trajetória parabólica. Os novos modelos, por sua vez, por poderem ter seu curso alterado, em tese conseguem driblar as defesas antiaéreas.
Rússia, China, Estados Unidos e Coreia do Norte são alguns dos países que têm investido milhões de dólares no desenvolvimento de mísseis hipersônicos. É uma arma do tipo planador hipersônico, que a Rússia já opera e que a China alegadamente testou no ano passado.
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