O assessor especial da Presidência da República para assuntos internacionais, Celso Amorim, afirmou ao GLOBO que existe uma tendência de Lula receber o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, em audiência bilateral durante a cúpula do G7, em Hiroshima. O ex-chanceler disse, porém, que ainda não há confirmação sobre o encontro.
— Estou dando uma opinião. Há uma tendência, dentro do possível, de que Lula o receba — contou.
O pedido para uma reunião bilateral com o Brasil partiu de Zelensky, no início do sábado (noite de sexta-feira no Brasil). O Brasil ainda não respondeu. A mesma solicitação foi feita pelo ucraniano à Índia e o primeiro-ministro Narendra Modi o recebeu no mesmo dia.
Celso Amorim está no Brasil e não viajou ao G7, mas tem se atualizado sobre as conversas diplomáticas do evento. O fuso horário entre Brasília e Hiroshima é de 12 horas. Lula está acompanhado do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O assessor especial avaliou ainda que não haveria problema caso o encontro ocorresse e que os russos têm clareza de que a posição do Brasil é pela paz.
— Se o Putin pedisse, (Lula) também receberia. Há muita clareza da parte dos russos sobre o Brasil ser um interlocutor. Nossa posição é buscar a paz. Não vamos deixar de ter diálogo com a Rússia de jeito nenhum. Eles compreenderão — ressaltou.
Amorim lembrou que já esteve na Rússia, como enviado especial de Lula para dialogar com o aliados do presidente Vladimir Putin. O assessor também visitou a Ucrânia no último dia 10 de maio.
Segundo a imprensa japonesa, por enquanto está prevista uma reunião de Zelensky neste domingo com os outros países convidados, incluindo o Brasil.
O G7 reúne os sete países com economias mais industrializadas do mundo: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, além de nações convidadas.