Deputado republicano filho de brasileiros, George Santos é alvo de 13 acusações na Justiça americana que o fizeram se entregar nesta quarta-feira. Fraude, lavagem de dinheiro, desvio de verbas públicas e falsificação de declarações financeiras ao Congresso americano estão entre os crimes que Santos teria cometido. Se condenado, ele pode pegar uma pena de 20 anos de prisão, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Entre os crimes dos quais ele é acusado, a pena mais grave é a de fraude eletrônica, que pode chegar até 20 anos de prisão. Os outros crimes tem penas menores. Caberá ao juiz decidir, caso Santos seja condenado por mais de um dos crimes, se as penas serão cumpridas simultaneamente ou não.
São cinco as acusações por fraude. Ele teria montado um esquema durante as eleições de 2022 no qual ele e um consultor político angariaram US$ 50 mil (R$ 247 mil) com doadores de campanha para "despesas independentes", que seriam usadas para publicidade e anúncios de TV. A quantia, porém, foi transferida para uma conta pessoal de Santos, que gastou em artigos de luxo e pagamentos de cartões de crédito.
Veja imagens de George Santos, brasileiro eleito para o Congresso americano
O plano para enganar seus doadores de campanha também renderam três acusações de lavagem de dinheiro decorrentes de cada uma das transferências ilegais que, juntas, somam US$ 74 mil (R$ 366 mil).
Santos também é alvo de outras duas acusações de fraude por ter recebido ilegalmente auxílio desemprego do governo de Nova York durante a pandemia de Covid-19, obtendo mais de US$ 24 mil (R$ 118 mil) em recursos no mesmo período em que ganhava US$ 120 mil por ano trabalhando para uma financeira da Flórida.
Essa mesma fraude do sistema que permitiu que Santos recebesse o benefício do governo destinado a desempregados também lhe rendeu uma acusação por desvio de verba pública.
George Santos ainda enfrenta um processo criminal no Brasil por suposta fraude de cheques em um episódio ocorrido em 2008. Os registos do tribunal mostram que Santos gastou quase US$ 700 (cerca de R$ 3,4 mil) utilizando um bloco de cheques roubado e um nome falso numa loja em Niterói, no Rio de Janeiro.
Ele confessou o roubo em 2010, mas as investigações foram paralisadas quando a polícia e o Ministério Público não conseguiram localizá-lo após sua mudança para os Estados Unidos. Na quinta-feira, mesmo dia em que enfrentará a Justiça americana, uma audiência está marcada na 2ª Vara Criminal de Niterói pelo caso de estelionato.
Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY