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Por O GLOBO Com El País — Londres

O arquiteto do Brexit, Nigel Farage, admitiu que deixar a União Europeia (UE) “foi um fracasso” e culpou o governo de Rishi Sunak por “sua incapacidade de tirar proveito de estar fora do bloco comercial”. Em entrevista à BBC, o ex-líder do Partido da Independência do Reino Unido (Ukip, na sigla em inglês) — que se recusou a descartar um retorno ao bloco — disse que o Reino Unido não “se beneficiou economicamente do Brexit”, porque as políticas do governo dissuadiram as empresas de investir no país.

Hoje, o Reino Unido é a nação desenvolvida com menor crescimento econômico e maior inflação. A economia ainda não recuperou o patamar pré-pandemia. Muitos analistas indicam que o Brexit impulsionou os problemas econômicos do país — exatamente o contrário da prosperidade que os defensores do "divórcio" continental pregavam que aconteceria.

Na entrevista ao programa "BBC Newsnight", na segunda-feira, Farage criticou os políticos do Reino Unido por serem “tão inúteis quanto os comissários” em Bruxelas e acusou o governo de não controlar as fronteiras britânicas.

— Temos gerido essa questão absolutamente mal — admitiu o popular político e hoje comentarista de um canal de extrema direita, o GB News. — O Brexit foi um fracasso, não conseguimos entregar o que prometemos e ficamos muito desapontados com os conservadores.

Sem descartar totalmente sua volta à vida política, o eurocético mais popular do Reino Unido — ao lado do ex-premier Boris Johnson —, no entanto, não se arrepende de ter defendido a saída do país do bloco.

— Não penso nisso nem por um momento. Acho que não nos beneficiamos economicamente do Brexit, o que poderíamos ter feito.

Farage defendia uma visão ultraliberal do divórcio do Reino Unido da UE, que teria transformado o país, e principalmente sua capital, Londres, em uma "Cingapura às margens do Tâmisa" — expressão que se popularizou na época por alguns eurocéticos e que embalava a ideia de uma selvagem desregulamentação da economia.

Essa previsão — que muitos conservadores não acreditaram nem se atreveram a pôr em prática — tampouco se concretizou. O controle das fronteiras prometido pelos defensores do Brexit também fracassou, como demonstra a recente crise de imigrantes em situação irregular que chegam às costas do sul da Inglaterra.

Quando perguntado se ele considerava um retorno político para enfrentar o que disse ser um fracasso do governo no Brexit, Farage respondeu:

— Bem, eu não descartaria isso. Não está no topo da minha lista de desejos, mas, francamente, não entregamos nas fronteiras, não entregamos no Brexit. Os conservadores nos decepcionaram muito, muito mesmo.

A centelha que trouxe até então fanáticos silenciosos do Brexit como Farage de volta à cena foi a recente decisão de Sunak de adiar sua promessa de tirar da legislação britânica todo o acervo comunitário introduzido durante quase quatro décadas. A lei ainda está pendente na Câmara dos Comuns, mas o premier decidiu manter, por enquanto, mais de 3 mil das 4 mil leis comunitárias que havia prometido retirar do arcabouço jurídico britânico, o que foi interpretada pelos mais radicais, como Farage, como a traição derradeira.

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