A Rússia acusou, neste sábado, o exército ucraniano de atacar alvos civis com mísseis britânicos de longo alcance Storm Shadow (“Sombra da tempestade”) — que atingem cerca de 560 km de distância — prometidos pelo Reino Unido a Kiev, na última quinta-feira. Segundo Moscou, os ataques ocorreram na região de Lugansk, no leste da Ucrânia, que está sob controle russo. A acusação ocorre em meio ao anúncio de um novo pacote de ajuda militar alemão à Ucrânia — equivalente a R$ 14,5 bilhões — e à viagem do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky à Itália.
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"Mísseis Storm Shadow fornecidos ao regime de Kiev pelo Reino Unido foram usados" contra alvos civis, informou o Ministério da Defesa russo, em um comunicado, que diz ainda que os bombardeios ocorreram na sexta-feira, em Lugansk, e deixaram feridos, inclusive crianças.
Na sexta, Moscou chamou de "extremamente hostil" a decisão do governo britânico de incluir os mísseis de longo alcance no aporte de armamentos feito para as forças ucranianas — e acusou o governo britânico de buscar um "sério agravamento" do conflito.
Avanços em Bakhmut
Rússia e Ucrânia afirmaram, neste sábado, ter feito avanços em territórios da cidade de Bakhmut, no leste ucraniano. De acordo com o governo russo, tropas russas liberaram “um bairro na parte noroeste” da cidade. Do lado ucraniano, o exército afirmou que avança em algumas zonas no entorno da cidade de Bakhmut, no leste do país, onde ocorre o confronto mais violento do capítulo atual da guerra.
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"A operação defensiva na direção de Bakhmut continua. Nossos soldados estão avançando em algumas áreas da linha de frente, e o inimigo está perdendo equipamentos e tropas", disse o comandante das forças terrestres ucranianas, Oleksander Syrsky, pelo Telegram.
A batalha de Bakhmut, uma das mais sangrentas e prolongadas do conflito, adquiriu, com o passar dos meses, um valor simbólico que vai muito além de seu interesse estratégico. Depois de expulsar as forças russas da cidade, Zelensky chegou a visitar o local, no fim do ano.
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A cidade também está no centro da rivalidade entre as Forças Armadas russas e o fundador do grupo Wagner, que transformou a cidade praticamente em uma batalha pessoal para demonstrar o valor de seus mercenários e tenta ganhar força política. O comandante Yevgeny Prigojín chegou a ameaçar tirar seus homens da cidade e a acusar os militares russos de reduzir o envio de armas ao grupo para evitar uma vitória na região. (Com AFP)
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