O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, denunciou neste domingo os "atos de violência sem sentido" de um homem que matou oito pessoas a tiros na noite de sábado e deixou outras sete feridas em um shopping na cidade de Allen, no Texas. O presidente também instou o Congresso novamente a proibir fuzis semiautomáticos e ordenou que bandeiras americanas fossem hasteadas a meio mastro em prédios federais, bases militares e embaixadas dos EUA até o pôr do sol de 11 de maio, "em sinal de respeito pelas vítimas", segundo um comunicado da Casa Branca.
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"Mais uma vez, peço ao Congresso que me envie um projeto de lei proibindo armas de assalto e pentes de alta capacidade. Vou sancioná-lo imediatamente", disse Biden, em um comunicado.
As autoridades locais também reagiram ao massacre. "Tragédia indescritível", escreveu o governador do Texas, Greg Abbot. "Nossos corações estão com o povo de Allen". A prefeitura de Allen publicou que "nossos corações estão com os indivíduos e parentes impactados por este trágico evento".
Houve troca de tiros e o homem, que a polícia acredita que tenha agido sozinho, foi morto por um agente. Os feridos precisaram ser levados às pressas ao hospital, de acordo com a rede de televisão americana CNN. Um grupo médico da área de Dallas informou que estava tratando vítimas "de até 5 anos de idade".
– Um dos nossos policiais estava em uma ocorrência não relacionada ao shopping. Ele ouviu os tiros, foi em direção a eles, cercou o suspeito e o neutralizou – contou o chefe de polícia de Allen, Brian Harvey, à rede americana.
Vídeos feitos no momento do ataque mostram o pânico dos clientes do Allen Premium Outlets. Quando perceberam o que estava acontecendo, centenas de pessoas saíram correndo, muitas com as mãos para o alto. O atirador vestia uma roupa preta, usava equipamento tático e carregava no peito munição extra para recarregar a arma. De acordo com a CNN, imagens mostram o homem já morto, próximo a um restaurante da praça de alimentação, ao lado do fuzil AR-15 usado no crime. A polícia já teria identificado ainda o veículo usado por ele, que passou por uma perícia do esquadrão antibombas.
Alguns dos clientes e lojistas correram para a área de armazenamento do shopping e dizem ter ficado escondidos lá por cerca de 2 horas, até que a polícia limpasse de vez a área. Uma dessas testemunhas disse à rede de TV americana que viu o momento em que um dos feridos passou segurando o pescoço, que escorria sangue.
Jaynal Pervez disse à afiliada da CNN KTVT que chegou ao shopping depois que sua filha, que estava lá dentro, ligou dizendo que estava acontecendo um tiroteio.
– Vimos a polícia do lado de fora da porta e eles nos disseram que tínhamos que sair dali e que ainda estavam procurando pela pessoa – disse Pervez. – Não há mais lugares seguros. Não sei o que fazer.
Tony Wright, um morador cuja casa fica ao lado do shopping, disse que sua família pensou ter ouvido o barulho de uma construção antes de perceber que eram tiros. Ele contou que estava saindo de casa com o carro e, logo depois, sua família ligou "enlouquecida" e dizendo que estavam ouvindo o que pareciam ser muitos tiros.
– Todo mundo pensou que era martelada – contou, acrescentando que assim que eles viram as pessoas fugindo do shopping, trancaram as portas e se agacharam.
Poucas horas após a tragédia, um outro shopping, na cidade de Frisco, também no Texas, precisou ser evacuado pela polícia após relatos de um tiroteio, o que levou pânico a comerciantes e compradores. Os policiais ainda investigam o caso.
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