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Por Steven Erlanger, The New York Times

A Alemanha apresentou nesta quarta-feira sua primeira estratégia abrangente de segurança nacional, em um esforço para abordar as prioridades e ambições do país diante de uma Europa transformada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

O anúncio é parte fundamental do acordo de coalizão do governo do premier alemão Olaf Scholz, mas também acontece no momento em que a guerra na Ucrânia aumenta a sensação de vulnerabilidade da Alemanha a novas ameaças militares, econômicas e geopolíticas — incluindo as mudanças climáticas.

"O ambiente de segurança da Alemanha está passando por mudanças profundas e estamos vivendo uma era divisora de águas", diz o documento. Com a ameaça da Rússia à segurança europeia e a China vista como um rival sistêmico, mas ainda "um parceiro necessário", o projeto assegura que o país está redobrando seus esforços para mantê-lo seguro e livre. A relação com o gigante asiático tem sido uma questão tão controversa que será tratada em um documento separado, previsto para ser publicado posteriormente.

Scholz elogiou o esforço do documento de combinar prioridades estrangeiras, domésticas e econômicas, chamando-o de "uma grande, grande mudança na forma como lidamos com questões de segurança". Mas, embora a publicação tenha sido muito bem recebida, alguns analistas disseram que faltaram detalhes, especialmente sobre seu financiamento.

Em geral, a estratégia se concentra em três pilares da segurança alemã. Primeiro, uma defesa ativa, incluindo uma nova cultura estratégica e compromissos com altos gastos militares. Isso inclui atingir a meta estabelecida pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) de que seus membros gastem 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em defesa e estabelecendo um foco na prevenção, não no desarmamento.

O segundo pilar é a resiliência, centrada na capacidade da Alemanha e de seus aliados de proteger seus valores, reduzir a dependência econômica de rivais, deter e derrotar ataques cibernéticos e defender a Carta das Nações Unidas e o Estado de Direito.

O terceiro é a sustentabilidade, um pilar que inclui questões como a mudança climática e as crises de energia e de alimentos.

O documento recebeu críticas relativamente positivas de analistas em relação a quão longe a Alemanha chegou na mudança de sua cultura estratégica desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022. No entanto, alguns questionaram se um governo de coalizão rival ao atual levará adiante as propostas, especialmente devido à falta de compromissos financeiros.

— Chamá-lo de documento de status quo parece injusto, mas ele tenta fazer um balanço de onde estamos agora, e já é uma conquista dizer o quanto a Alemanha avançou — avalia Claudia Major, do Instituto Alemão para Assuntos Internacionais e de Segurança, afirmando que se espera que as propostas conectem meios e fins. — Mas, até certo ponto, essa estratégia não é capaz de fazer isso, porque não está vinculada a consequências orçamentárias claras — acrescentou.

Christian Lindner, ministro das Finanças do país e líder do partido Democratas Livres, reconheceu nesta quarta-feira que os novos compromissos propostos na estratégia — sobretudo o gasto de 2% em defesa — exigiriam novos meios financiamentos, sem fazer projeções sobre o custo.

Scholz e os principais ministros da Alemanha apresentaram a nova estratégia em uma coletiva de imprensa nesta quarta-feira. O plano havia sido adiado por muito tempo devido às brigas internas da coalizão, o que levou a um acordo para abandonar a ideia de formar um conselho de segurança nacional alemão.

— É difícil ser ambicioso com tantos cozinheiros — disse Ulrich Speck, um analista alemão.

A imprecisão no documento sobre como a Alemanha pretende atingir suas metas é deliberada, sugeriu Speck, uma forma de Scholz, um social-democrata, manter a liberdade de ação nas grandes questões de política externa dentro da chancelaria e não cedê-la ao Ministério das Relações Exteriores, liderado por Annalena Baerbock, do partido Os Verdes.

Norbert Röttgen, deputado da oposição da União Democrata Cristã e especialista em política externa, criticou duramente o documento, que ele chamou de "o menor denominador comum" de um governo de coalizão dividido, "uma descrição da parte indiscutível do status quo" e "essencialmente sem estratégia".

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