A Igreja Católica da Bolívia apresentou, nesta quarta-feira, as quatro comissões que vão receber e investigar denúncias de pessoas que sofreram abusos sexuais por parte de religiosos, em meio ao maior escândalo de pedofilia envolvendo a instituição no país.
As quatro comissões criadas pela Conferência Episcopal Boliviana (CEB) estão destinadas à prevenção, escuta, investigação e comunicação das denúncias de abusos de menores de idade e pessoas vulneráveis no seio da Igreja, com o objetivo de acompanhar as vítimas e assegurar que os casos cheguem à Justiça.
— Uma das tarefas que temos dentro destas comissões é levar ao Ministério Público qualquer denúncia que for de conhecimento da Igreja para que as investigações correspondentes possam ser feitas — disse a coordenadora da Comissão Nacional de Investigação, Susana Inch.
Por sua vez, Nancy Loredo, da Comissão de Escuta, afirmou que sua tarefa será "fornecer todas as condições, tanto físicas e emocionais, nas quais as vítimas possam ser acolhidas e recebidas".
Protesto contra casos de pedofilia de padres católicos em Cochabamba
![Membros de organizações pelos direitos infantis protestam contra casos de pedofilia por padres de internato católico em Cochabamba, Bolívia — Foto: Fernando Cartagena / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/21rGB00hBA539YzNKMFdxYr5inI=/0x0:5874x3831/648x248/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/Q/v/Lfrj55TeaYD5HIz39OXg/02.jpg)
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Membros de organizações pelos direitos infantis protestam contra casos de pedofilia por padres de internato católico em Cochabamba, Bolívia — Foto: Fernando Cartagena / AFP
![Membros de organizações pelos direitos infantis protestam contra casos de pedofilia por padres de internato católico em Cochabamba, Bolívia — Foto: Fernando Cartagena / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/IB5LhDYIzJTEXQQ4IrrFK0m0fAY=/0x0:1504x981/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/n/2/q86tvpQqqyyzJCOKOQuw/103159446-members-of-childrens-rights-organizations-protest-against-cases-of-pederasty-by-catho.jpg)
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Membros de organizações pelos direitos infantis protestam contra casos de pedofilia por padres de internato católico em Cochabamba, Bolívia — Foto: Fernando Cartagena / AFP
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![Membros de organizações pelos direitos infantis protestam contra casos de pedofilia por padres de internato católico em Cochabamba, Bolívia — Foto: Fernando Cartagena / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/w4KQv7HaiE-uuyvoFv3DogXbPAU=/0x0:5024x3277/323x182/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/5/p/wwNy98TTA7663kSSNN7Q/01.jpg)
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Membros de organizações pelos direitos infantis protestam contra casos de pedofilia por padres de internato católico em Cochabamba, Bolívia — Foto: Fernando Cartagena / AFP
![Membros de organizações pelos direitos infantis protestam contra casos de pedofilia por padres de internato católico em Cochabamba, Bolívia — Foto: Fernando Cartagena / AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/IsLVsmI5ILUultRJrgxCKETcw1M=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/j/4/5z0uiLSmms9GkdiN9lzA/04.jpg)
Membros de organizações pelos direitos infantis protestam contra casos de pedofilia por padres de internato católico em Cochabamba, Bolívia — Foto: Fernando Cartagena / AFP
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![Vista das dependências da escola Juan XXIII, em Cochabamba, Bolívia — Foto: FERNANDO CARTAGENA/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/spuw1BFwAZd082l4yu4A53JnzuU=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/H/U/uBAPAGQg6JrAYS3ijtMw/07.jpg)
Vista das dependências da escola Juan XXIII, em Cochabamba, Bolívia — Foto: FERNANDO CARTAGENA/AFP
![Vista das dependências da escola Juan XXIII, em Cochabamba, Bolívia, — Foto: FERNANDO CARTAGENA/AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/1bvP3yOJcZY47NW4hvcMM6lMpHc=/1600x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2023/T/M/4hBwAZSWyVRdk9BQ54aw/08.jpg)
Vista das dependências da escola Juan XXIII, em Cochabamba, Bolívia, — Foto: FERNANDO CARTAGENA/AFP
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Em maio, a Bolívia foi sacudida por revelações da imprensa sobre abusos cometidos pelo sacerdote jesuíta Alfonso nas décadas de 70 e 80.
Pedrajas, que faleceu em 2009 aos 66 anos, confessou, em um diário pessoal, ter machucado "muitas pessoas", chegando a mencionar até 85 vítimas em um caso que figura hoje como o maior escândalo de pedofilia ligado ao clero no país de 12 milhões de habitantes, onde a maioria (58%) é católica.
Após tomar conhecimento do caso, as promotorias departamentais receberam outras 12 denúncias, indicou Inch, que também é assessora legal da Conferência Episcopal.
Entre os denunciados estão, além de Pedrajas, os sacerdotes espanhóis Luis María Roma, Alejandro Mestre e Antonio Gausset (o padre Tuco), todos já falecidos.
Diante do escândalo generalizado, a Companhia de Jesus, a ordem à qual o Papa Francisco pertence, pediu perdão no começo de maio e assegurou que havia suspendido um número indeterminado de religiosos pelo acobertamento de Pedrajas. Enquanto o Ministério Público avança na investigação das denúncias, o presidente Luis Arce solicitou ao Vaticano o acesso aos expedientes relacionados à Bolívia.