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Por AFP — Londres

O Reino Unido divulgou, nesta terça-feira, um estudo que revela um custo de cerca de 169 mil libras (pouco mais de R$1 milhão) por pessoa para botar em prática o controvertido plano de enviar solicitantes de asilo rejeitados pelo governo britânico para Ruanda, o país africano a 6,4 mil quilômetros de Londres.

O governo conservador do primeiro-ministro Rishi Sunak afirma que, ainda assim, economizaria, graças ao corte na ajuda aos solicitantes de asilo. Assim como os antecessores de Sunak Liz Truss e Boris Johnson, o atual premier – que é neto de imigrantes indianos - tem como prioridade reduzir o número de pessoas que cruzam as fronteiras britânicas, uma das grandes promessas do Brexit.

O plano é proibir pedidos de asilo a quem chega ao Reino Unido de forma irregular e enviar essas pessoas para outros países, como Ruanda. A avaliação de impacto publicada nesta terça pelo Ministério do Interior diz que o custo inicial de transferir uma pessoa para um terceiro país seria de cerca de 169 mil libras, incluindo um pagamento de 105 mil (R$ 638 mil) para o país de destino, passagens aéreas e custos administrativos. O estudo calcula a economia com custeio de ajuda a esse imigrantes, ao longo de quatro anos, em 106 mil libras (R$ 644 mil) para cada solicitante de asilo transferido – um valor que poderia chegar a 165 mil libras (R$ 1 milhão) se os custos de acomodação crescerem na taxa observada desde 2019. O relatório especifica, no entanto, que estes são números "muito incertos" e que será preciso reduzir em 37% o total de imigrantes em condição irregular hoje para conseguir esta economia.

Com o programa polêmico, o governo britânico busca desestimular imigrantes a fazerem a travessia irregular, que começa na costa francesa, em pequenas embarcações. Essa é uma das rotas mais perigosas do mundo, devido ao grande tráfego de navios cargueiros, cujo número disparou nos últimos anos. Mais de 45 mil imigrantes chegaram irregularmente à costa inglesa em 2022, um aumento de 60% em relação a 2021.

O projeto de lei – que está em discussão no Parlamento – vem sendo criticado pelas possíveis condições de vida no país africano.

– Isso deixaria dezenas de milhares de refugiados incapazes de acessar a proteção a que têm direito sob a lei internacional – afirmou o diretor da organização Refugee Council, Enver Solomon.

Anunciado por Johnson, no ano passado, o plano foi bloqueado no último minuto pelo Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) e continua sendo objeto de processos judiciais no Reino Unido. Na próxima quinta-feira, juízes de Londres devem se pronunciar sobre a legalidade da medida.

Defensores de direitos humanos acusam Ruanda — governada com mão de ferro pelo presidente Paul Kagame, desde o genocídio de 1994 que matou 800 mil pessoas — de suprimir a liberdade de expressão e a manifestação de oposição.

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