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Por Fernando Molina, El País — La Paz

O presidente Luis Arce não é mais o político mais popular da Bolívia. De acordo com um novo estudo, ele perdeu espaço nas pesquisas por causa da crise econômica do país, cuja existência o presidente nega, mas que 80% dos bolivianos consideram uma realidade. Também foi prejudicado por casos de corrupção dentro de seu governo, que contribuíram para que ele deixasse de ser o melhor candidato da esquerda nas eleições de 2025, segundo os eleitores desta corrente. O Movimento ao Socialismo (MAS), partido no poder, destacou que é "um momento ruim e vai passar".

— Somos a economia mais estável, o sistema financeiro está totalmente estável, os indicadores de solvência financeira e liquidez que o sistema financeiro tem são bons, não há dúvida — gabou-se Arce há um mês em entrevista à televisão.

A última das pesquisas publicadas periodicamente pelo jornal Página Siete, considerado crítico ao governo, constatou que as pessoas não acreditam nisso: 44% dos bolivianos acham que há uma "forte crise econômica" e 38%, uma "crise moderada". E apenas 31% acreditam que a Arce tem capacidade para resolvê-la. Entre os céticos estão, segundo esta pesquisa, 20% dos eleitores do presidente boliviano nas eleições que ele venceu por maioria absoluta em 2020.

Racha na esquerda

É possível que os desiludidos sejam simpatizantes do ex-presidente Evo Morales, que não apoia mais Arce, apesar de ter sido eleito com as cores do MAS, liderado por Morales. Outro estudo da empresa Diagnosis indica que a aprovação da gestão do presidente caiu desde seu melhor momento, em meados do ano passado, e que agora, com 37%, está com dez pontos a menos que então.

A pesquisa mostra que essa perda de posições está relacionada ao surgimento de um grupo demográfico (cerca de 16% da população) que se manifesta como "indiferente" em relação à gestão governamental. Este grupo não vem dos setores sociais tradicionalmente contrários ao MAS, que são as classes médias afluentes do país, mas dos segmentos menos educados e mais pobres do eleitorado que têm votado consistentemente no partido. Assim, a Diagnosis considera que são estratos que deixaram de apoiar o governo.

A divisão da esquerda boliviana em duas alas começou com o antagonismo entre Morales e Arce sobre a forma como este último deveria governar e com quem deveria fazê-lo. A substância do conflito reside no fato de Morales, que já foi três vezes presidente da Bolívia, querer voltar ao poder em 2025, enquanto Arce também acalenta o sonho de ser reeleito. As agressões mútuas entre as duas alas têm sido tantas e tão fortes que uma reconciliação é muito improvável, apesar de, segundo as pesquisas, se as eleições fossem agora, a oposição venceria largamente as duas facções do MAS.

Expectativa de renovação

O difícil para a corrente oposicionista será encontrar uma forma de definir um único candidato. Embora a lei boliviana estabeleça a obrigatoriedade de realização de primárias, poucos pensam que este será o caminho para resolver a fragmentação do governo e da oposição. Na Bolívia não há tradição política de ir às urnas para resolver questões partidárias. Segundo a pesquisa do Página Siete, ainda que isso acontecesse, Arce perderia para Morales nas primárias do MAS.

Os líderes mais conhecidos da oposição não aparecem em boas posições nas pesquisas de opinião. Em vez disso, detecta-se o desejo da população de que apareça uma nova figura que renove as alternativas para sair do ciclo de governos de esquerda iniciado em 2006. Neste momento, o adversário com maior intenção de voto é Luis Fernando Camacho, o governador de Santa Cruz, preso em uma prisão em La Paz. Ele é acusado de participação na derrubada de Evo Morales, que considera puramente política, mas que o MAS qualifica de conspiratória e criminosa.

De Santa Cruz, Camacho liderou os protestos que marcaram a renúncia de Morales em 10 de novembro de 2019. Ele é considerado o "Bolsonaro boliviano" e sua ascensão nas pesquisas se deve à sua situação pessoal, mas também coincide com as tendências regionais e globais de fortalecimento das opções de extrema-direita.

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