Mundo
PUBLICIDADE

Por AFP — Cartum

O Exército e os paramilitares sudaneses voltaram a se enfrentar, neste domingo, em Cartum, após o término de uma trégua de 24 horas que deu um breve alívio aos sudaneses, em meio a quase dois meses de conflito entre dois generais rivais.

Os moradores da capital sudanesa acordaram com o som dos disparos de artilharia, relataram várias testemunhas à AFP.

— É o retorno do terror, com foguetes que fazem as paredes de casa tremerem — disse Asmaa al Rih, uma residente dos subúrbios do norte de Cartum.

Os confrontos recomeçaram dez minutos após o término do cessar-fogo de 24 horas negociado pela Arábia Saudita, que começou no sábado às 6h pelo horário local (1h em Brasília). A trégua, que foi globalmente respeitada, de acordo com testemunhas, permitiu que os habitantes de Cartum se abastecessem ou fugissem da capital.

Nasreddin Ahmed, um morador do sul de Cartum, disse que um cessar-fogo de um dia é como "um sonho" que desaparece. Neste domingo, ele diz ter acordado com o som dos combates.

Além de Cartum, também foram ouvidos bombardeios de artilharia pesada em Omdurman, cidade situada na outra margem do Nilo. Moradores da capital dizem ter ouvido disparos de vários tipos de armas no sul e bombardeios na periferia leste da cidade.

O conflito entre o Exército, liderado pelo general Abdel Fatah al-Burhan, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido (FAR), sob comando do general Mohamed Hamdan Daglo, começou em 15 de abril. A guerra entre os dois antigos aliados já deixou mais de 1.800 mortos, segundo a organização ACLED, especializada na coleta de informações em áreas de conflito. A ONU estima que existam dois milhões de deslocados internos.

No cessar-fogo deste fim de semana, os dois lados se comprometeram a interromper a violência em todo o país para permitir a chegada de ajuda humanitária, segundo o Ministério saudita das Relações Exteriores. As tréguas anteriores não foram respeitadas. Atualmente, os combates se concentram em Cartum e na região de Darfur, no oeste do país.

Pelo quinto dia consecutivo, neste domingo, colunas de fumaça podiam ser vistas nos depósitos da instalação petrolífera Al Shajara, perto da fábrica militar de Yarmuk, em Cartum. As ONGs alertam sobre a deterioração da situação humanitária.

— Apenas 20% dos estabelecimentos médicos estão funcionando em Cartum — lamentou na sexta-feira o chefe da delegação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha no Sudão, Alfonso Verdú Pérez.

Pérez relatou que, nas últimas semanas, foi possível entregar material cirúrgico para dez hospitais na capital, mas disse que as necessidades são imensas e ainda há muito a fazer, especialmente pela falta de água potável e comida.

Durante uma visita à Arábia Saudita nesta semana, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, afirmou que Washington e Riad querem continuar a sólida cooperação para encerrar os combates no Sudão.

O Egito, que faz fronteira com o Sudão, anunciou no sábado que vai endurecer o processo de ingresso no país para os sudaneses que fogem da guerra. Desde o início do conflito, mais de 200 mil já fugiram para o país vizinho. Antes deste novo conflito, o Sudão já era um dos países mais pobres do mundo. Agora, depois de várias semanas de guerra, 25 dos 45 milhões de sudaneses não podem mais sobreviver sem assistência humanitária, informou a ONU.

Mais recente Próxima Drone com mensagem de 'Papai Noel' ajuda a salvar família isolada após rompimento de barragem na Ucrânia

Inscreva-se na Newsletter: Guga Chacra, de Beirute a NY

Mais do Globo

Levantamento indica avanço do candidato à reeleição em simulações do instituto para a disputa eleitoral em São Paulo

Datafolha: Nunes amplia vantagem para Boulos e Marçal no 2° turno; psolista supera ex-coach

Pesquisa da Reuters mostra a democrata cinco pontos percentuais à frente do ex-presidente no cenário nacional, e confirma percepção de que ela foi melhor debatedora

Kamala amplia vantagem sobre Trump após debate; confira no Tracker, a ferramenta do GLOBO que mapeia a disputa nos EUA

Mineiros e paulistas medem forças por uma vaga na semifinal do mata-mata nacional

Atlético-MG x São Paulo: horário e onde assistir ao vivo ao jogo de volta das quartas de final da Copa do Brasil

Criminosos tentaram abordar grupo que estava no local, mas fugiram sem levar nada

Adriana Belém reage à tentativa de assalto em quiosque na Barra e arremessa copos nos suspeitos

Licenciamento, força de trabalho, demandas energéticas e impactos econômicos das instalações foram alguns dos tópicos abordados no encontro

Executivos da OpenAI e Nvidia se reúnem com governo Biden para discutir infraestrutura para IA

Candidato à reeleição participou de sabatina O GLOBO, Extra, Valor e CBN, e foi principal alvo de críticas. Rodrigo Amorim e Tarcísio Motta trocaram farpas e usaram direito de resposta

'Pitboy meia tigela' x 'comedor de açúcar': sem Paes, debate no Rio traz xingamentos e dobradinha inesperada

Governo Lula estuda reimplementar medida, diante de crise no setor elétrico

Você sabe quando o horário de verão foi criado? E quem criou? Faça o quiz e descubra

No último levantamento, influenciador era rechaçado por 38% dos entrevistados

Pesquisa Datafolha: rejeição a Marçal cresce para 44%, e supera a de Boulos

Caso aconteceu na rua Smalldale, nesta terça-feira, e foi registrado pelas câmeras de segurança da vizinhança

Homem é arrastado por assaltante ao tentar impedir roubo de van, no Reino Unido; assista

Venha gargalhar com a premiada comédia 'Esperando Beltrano"! Assinante O GLOBO tem 50% de desconto em até dois ingressos.

Esperando Beltrano no Teatro Glauce Rocha: assinante O GLOBO tem 50% de desconto