O Departamento de Polícia de Minneapolis, no estado americano de Minnesota, continuou a usar força excessiva e praticar discriminação racial após a polêmica morte de George Floyd nas mãos de um de seus policiais, de acordo com um relatório oficial divulgado nesta sexta-feira. A polícia nesta cidade do Norte dos EUA "frequentemente usa força excessiva", incluindo força letal, e "discrimina ilegalmente negros e nativos americanos", disse o Departamento de Justiça.
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"Em honra à polícia e aos governantes da cidade, mudanças significativas foram introduzidas" na força, mas "ainda há trabalho a ser feito", disse o secretário de Justiça dos EUA, Merrick Garland, durante coletiva de imprensa, apresentando 28 recomendações sobre o assunto.
As autarquias locais e as da Justiça Federal vão agora discutir um acordo sobre as reformas a serem feitas na instituição policial, cuja implementação estará sujeita à fiscalização de um tribunal. No texto de 140 páginas, o governo determina, entre outras coisas, que a força seja usada apenas se necessário e "de forma proporcional à ameaça recebida".
![Foto de George Floyd é exibida em exposição no com outras 200 imagens de negros e negras dos EUA vítimas de racismo e crime de ódio em San Diego, na California — Foto: AFP](https://s2-oglobo.glbimg.com/vSjxheAQcZSA2GV5GFoi7j6CGdg=/0x0:492x294/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_da025474c0c44edd99332dddb09cabe8/internal_photos/bs/2022/B/g/2PjqMNQfy5S5NbIaarFQ/floyd.jpg)
Em 25 de maio de 2020, um policial branco de Minneapolis, Derek Chauvin, asfixiou Floyd, um homem negro de 46 anos, ajoelhando-se em seu pescoço por nove minutos durante um procedimento de prisão na rua. Sua agonia, filmada em um celular por um transeunte e postada na internet, gerou grandes protestos em todo o país.
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Quase um ano depois, o Departamento de Justiça havia aberto uma investigação oficial para apurar se, além dos fatos individuais, havia problemas sistemáticos nas forças policiais desta cidade de 425 mil habitantes, uma das mais desiguais dos EUA.
Por dois anos, os pesquisadores se debruçaram sobre relatórios de incidentes policiais entre 2016 e agosto de 2022, analisando imagens das câmeras dos policiais e ouvindo milhares de testemunhas. E suas conclusões são finais.
"Muitos policiais estão fazendo seu difícil trabalho com profissionalismo, coragem e respeito. No entanto, nossa investigação concluiu que problemas sistêmicos possibilitaram o que aconteceu com George Floyd", afirma a introdução do relatório. "Durante anos, a polícia de Minneapolis usou armas e técnicas perigosas contra pessoas que cometeram apenas crimes menores ou nenhum crime", disseram as autoridades.